O candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, disse que, se eleito, não trabalhará pela aprovação do projeto que acabe com a reeleição no país. "Presidente não vota e não veta. É uma questão do Congresso", declarou o tucano, em entrevista ontem ao programa Roda Viva, da TV Cultura. No mês passado, em baixa nas pesquisas, Alckmin sinalizou que poderia acabar com a reeleição caso chegue ao Planalto.
Depois de apresentar melhora nas últimas pesquisas de intenção de voto, o candidato agora foi categórico. “Sempre fui favorável (à reeleição). Ninguém é obrigado a ser candidato, mas tem que ter regras para coibir os abusos e a utilização da máquina pública. A Constituição não pode caminhar ao sabor do interesse político da hora”, disse, ao ressaltar que é contra o mandato de cinco anos, defendido pelo presidente Lula. O tema é delicado no PSDB porque José Serra e Aécio Neves pretendem disputar a indicação do partido em 2010 para concorrer à Presidência.
Alckmin defendeu a gestão do ex-presidente tucano, afirmando que acha um atraso o fato de o governo Lula não reconhecer o que foi feito pelo antecessor. E disse não se envergonhar em defender a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, embora prefira comparar o governo Lula às suas próprias ações em São Paulo.
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“Não me envergonho de defender o governo Fernando Henrique, que promoveu a estabilização da moeda. Minha geração não sabia o que era moeda estável. Agora, se o candidato Lula quiser discutir passado, eu vou discutir o futuro. O que interessa é saber quem pode fazer mais nos próximos quatro anos”, disse.
Alckmin citou o Bolsa Família como exemplo de política criada no governo anterior e transformada em carro-chefe dos programas sociais do governo Lula. “Vamos manter e aperfeiçoar o Bolsa Família, que nasceu conosco. Ele é bom programa de proteção social, mas devemos fazer uma emancipação, por meio da escola.” O tucano também criticou o governo pela demora na aprovação do Fundeb (fundo para o ensino básico). "O governo tem maioria (no Congresso) para absolver os mensaleiros, mas não para aprovar o Fundeb. Não tem é empenho político nessa questão."
O candidato à Presidência também falou de segurança pública, citou a queda do número de homicídios em São Paulo desde o início do governo Mario Covas e disse que tirou os presos das cadeias superlotadas do estado. Para ele, o número de homicídios caiu porque aumentaram as prisões de criminosos. Alckmin ainda acusou Lula de fugir da discussão da segurança pública no país. "O presidente Lula não dá uma palavra, parece que o Brasil não tem problema de segurança, ele foge", disse. "Eu vou fazer o contrário. Na Presidência, vou dizer que o problema da segurança é meu", completou.
Durante todo o Roda Viva, Alckmin esteve acompanhado de uma comitiva que incluía senadores, deputados federais e deputados estaduais, além do presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati, e do presidente do PPS, Roberto Freire.
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