A Operação Águas Profundas da Polícia Federal deve trazer de volta a CPI das ONGs, engavetada no Senado desde o início da legislatura. O DEM, partido do autor do requerimento de instalação da comissão, senador Heráclito Fortes (PI), quer incluir nas investigações a máfia que fraudava licitações da Petrobras utilizando organizações não-governamentais como caminho para desvio de recursos. O plano é começar a trabalhar já em agosto.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a tática do DEM será primeiro pedir a análise de repasses feitos pela estatal para ONGs e, em seguida, ampliar o foco e investigar contratos da empresa suspeitos de fraudes e os vínculos com o PT.
"Agora é a hora de abrir a caixa-preta. Ao analisarmos contratos com ONGs será inevitável chegar até a Petrobrás", afirma Heráclito. "A PF mostrou a existência de um esquema de corrupção envolvendo ONGs que tinham ligações com petistas e com os ex-governadores Rosinha Matheus e Anthony Garotinho, ambos do PMDB", completa.
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A CPI das ONGs foi criada no Senado no início do ano, mas ainda não foi instalada. O objeto de investigação são as transferências de recursos públicos e do exterior a ONGs e organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips) no período de 2003 a 2006. Para abafar a CPI, a base governista aprovou um adendo ampliando o foco das apurações até 1999, no governo Fernando Henrique Cardoso. (Carol Ferrare)
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