O senador José Agripino (RN), líder do PFL, disse ontem no plenário que vai sugerir à comissão executiva de seu partido a confecção de uma representação junto ao Ministério Público contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por crime eleitoral. O pedido foi motivado principalmente pelas divergências surgidas na acareação promovida pela CPI dos Bingos.
Agripino lembrou que tanto o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares quanto o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza confirmaram na acareação o repasse de dinheiro de caixa dois ao ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP), presidente do PL nacional. “Pelo mesmo motivo, há processos de cassação de mandatos de deputados no Conselho de Ética da Câmara. O responsável pela prestação de contas de uma campanha eleitoral é o candidato. Se o presidente Lula não incluiu nela os R$ 6,5 milhões gastos pelo deputado Valdemar Costa Neto, ele cometeu crime eleitoral”, disse Agripino.
A manifestação do senador era o eco de declaração do deputado Moroni Torgan (PFL-CE). Durante a acareação promovida pela CPI do Mensalão, Torgan disse que estava claro o envolvimento do presidente da República em crime eleitoral. “Não é possível que somente os deputados paguem pelo caixa dois. Todo mundo que depôs aqui hoje confessou o caixa dois”, disse ele. “É preciso tratar do impeachment”. A deputada Zulaiê Cobra (PSDB-SP) fez coro a ambos. “É preciso termos coragem para pedir o impeachment do presidente Lula. Vou conversar com o presidente do PSDB, José Serra, sobre isso”, disse Zulaiê, em entrevista ao jornal Estado de São Paulo.
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