Diante da possibilidade de o ex-dirigente do PT Silvio Pereira conseguir um hábeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para escapar de depoimento na CPI dos Bingos, o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN) alertou: pretende ouvir o ex-petista de qualquer jeito, mesmo que seja preciso criar uma comissão de inquérito só para investigá-lo.
“Se porventura e por absurdo ele chegar municiado de elementos jurídicos que o empeçam de falar não teremos outro caminho senão pedir a abertura da CPI do Silvinho para investigar fatos gravíssimos que envolvem , por denúncias feitas por ele, o elenco de primeiro time do PT a começar pelo presidente da República”, afirmou.
Para evitar o depoimento, Silvinho deve entrar com um mandado de segurança no STF. A expectativa é que a Corte acate o pedido do ex-petista, sob o argumento de que o caso não é de competência da CPI, criada inicialmente para apurar irregularidades em casas de bingo.
Silvinho disse ao jornal O Globo que o presidente Lula mandava no partido mesmo estando no Planalto, que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza pretendia arrecadar R$ 1 bilhão até o final do governo e que o esquema de corrupção continuaria em funcionamento.
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A CPI dos Bingos aprovou há meses a convocação do ex-petista. Os parlamentares queriam que o ex-dirigente, ligado a figuras do alto escalão petista, como o ex-ministro José Dirceu, falasse sobre a possibilidade de o presidente Lula ter recebido recursos do valerioduto.
Silvinho, no entanto, conseguiu evitar a sabatina dos senadores. Agora o presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), marcou o depoimento para a próxima quarta-feira e disse que não haverá novo adiamento.
Pouco provável
A abertura de outra CPI, porém, não deve ser vista com bons olhos pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Recentemente, ele arquivou um requerimento que pedia a criação de uma comissão de inquérito para investigar Lula, justificando que não havia indícios suficientes contra o presidente para motivar uma investigação parlamentar.
Na semana passada, no auge da “Operação Sanguessuga”, deflagrada pela Polícia Federal, Renan descartou também a possibilidade de instalar uma comissão para investigar o assunto. Reforçou que o caso já estava sendo devidamente investigado pelo Ministério Público e pela PF. Além disso, afirmou que, às vésperas das eleições, uma CPI teria poucas chances de render resultados efetivos.
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