O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (DEM-RN), disse hoje (11), em entrevista à rádio CBN, que concorda com a abertura de uma CPI para se investigar o uso dos cartões corporativos. Ele discorda, no entanto, do requerimento elaborado pelo líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), pedindo que também sejam investigadas as contas “tipo B” desde a gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
”A oposição quer uma CPI, seja na Câmara ou no Senado, que não seja politizada, que respeite os princípios da comissão parlamentar de inquérito para investigar fato determinado”, disse o senador.
Para Agripino, ao se pedir uma investigação mais ampla, o governo acaba por tirar o foco das denúncias feitas nos últimos dias.
“O que está proposto é que se investigue ao longo de dez anos os fatos que foram denunciados agora. O governo quer que se investigue desde o governo Fernando Henrique, com base em fatos indeterminados, o que se supõe que pode ter acontecido”, destaca ele.
Em resposta, o vice-líder do governo senador Renato Casagrande (PSB-ES) admitiu que a CPI não é a melhor maneira de se investigar, mas que a comissão também não pode ficar limitada apenas à gestão de Lula.
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“CPI é sempre um embate político. Não é a melhor maneira de se investigar. Mas a CPI começa com fato determinado e esses fatos podem levar a outras descobertas. Por isso o senador Romero Jucá propôs uma CPI mais ampla”, explicou.
O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), irá se reunir agora com o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) para falar sobre a criação de uma comissão mista para investigar fraudes no uso dos cartões corporativos.
O tema também será tratado hoje (11) em reunião da coordenação política do governo no Palácio do Planalto.
A reunião entre o presidente e seus ministros estava prevista para as 9h30, mas precisou ser adiada porque Lula aproveitou a manhã para gravar um pronunciamento sobre a abertura dos trabalhos do Legislativo este ano. O pronunciamento deve ir ao ar ainda hoje. (Soraia Costa)
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