O advogado Sérgio Wesley da Cunha, 38, disse há pouco que não cometeu crime algum ao ter acesso à gravação de uma sessão secreta da CPI do Tráfico de Armas. O conteúdo da fita, repassado por um ex-funcionário da Câmara, continha o depoimento dos delegados da Polícia Civil de São Paulo Godofredo Bittencourt e Rui Ferraz Fontes, do Departamento de nvestigações sobre o Crime Organizado (Deic).
Wesley, que neste momento depõe na CPI, confirmou ter recebido o material, mas sustentou não saber que as informações eram reservadas. “Eu não agi com dolo, eu não cometi crime algum”, afirmou o advogado. Irritado com a resposta, o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) pressionou o depoente: “Você não é trouxa, não”, questionou. Ele recusou-se a responder.
Na semana passada, Arthur Vinícius Silva confessou à CPI que vendera o material sigiloso por R$ 200. O conteúdo teria sido repassado a integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) em presídios, por audioconferência. Suspeita-se que esse possa ter sido o estopim para os ataques em São Paulo na semana passada. Wesley, no entanto, negou ter pagado pela gravação.
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“Para mim ele não pediu valor nenhum”, afirmou. Em seguida, disse que o ex-funcionário da Câmara pode ter mentido em seu depoimento. Ele lembrou que Arthur estava sendo investigado pela Polícia Legislativa e sugeriu que ele teria criado essa versão para passar de réu a testemunha protegida. “É mais confortável para ele.”
O advogado declarou que, até o último dia 10, quando os delegados prestaram depoimento à CPI, nunca havia conversado com a advogada Maria Cristina de Souza Rachado. Afirmou que encontrava com ela somente nos corredores do Fórum de São Paulo.
No dia de seus depoimentos, porém, Bittencourt e Ferraz Fontes solicitaram que a sessão fosse fechada depois de virem Wesley e Cristina no plenário da comissão. Em seguida, identificaram os dois como advogados do Primeiro Comando da Capital (PCC). No depoimento secreto, os dois revelaram detalhes sobre a estrutura da organização criminosa.
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