A defesa do presidente Michel Temer (PMDB) pediu, nesta quarta-feira (19), ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso a sete gravações recuperadas pela Polícia Federal (PF) na perícia feita no áudio da conversa gravada pelo empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, com o presidente, no Palácio do Jaburu.
Perito contratado por Temer desqualifica gravação feita por Joesley Batista
Os advogados argumentam que sete gravações não foram juntadas ao inquérito contra o presidente após o trabalho pericial. Para Antônio Claudio Mariz, um dos defensores de Temer, as gravações são necessárias para compor a defesa durante a votação na Câmara, prevista para 2 de agosto. Na ocasião, os parlamentares decidirão se darão ou não o aval para o prosseguimento da denúncia contra o presidente no Supremo.
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“Requer-se à Vossa Excelência seja oficiado o Instituto Nacional de Criminalista (INC) a fim de que possa fornecer, diretamente à defesa, os sete arquivos recuperados dos gravadores, conforme informados na Tabela 07 de seu parecer, pelo meio mais expedito, como garantia à ampla defesa que se pretende praticar junto ao plenário da Câmara dos Deputados no dia 02/08.”, diz a defesa.
A perícia foi concluída pela PF em junho a pedido da própria defesa do presidente Michel Temer, que alegava que havia cortes na gravação, além de ter sido gravada com “gravador barato”. No entanto, o laudo da PF recuperou trechos inaudíveis da gravação e constatou que não foram encontrados indícios de que a gravação foi recuperada”.
Em maio, a defesa de Temer contratou uma perícia própria que diz ter constatado mais de 70 “pontos de obscuridade” na gravação da conversa entre Temer e Joesley Batista, na qual a Procuradoria-Geral da República (PGR) vê indício de cometimento, por parte do presidente, de crimes como obstrução à Justiça, corrupção passiva e organização criminosa.
Joesley, que é um dos delatores da JBS no âmbito da Operação Lava Jato, entregou à PGR e ao STF, entre outras coisas, uma gravação com Temer, na qual o presidente avaliza diversos ilícitos do empresário, como a compra de silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do operador do PMDB Lúcio Funaro. A gravação foi realizada em março deste ano, quando Temer já estava na Presidência da República.
Devido ao período de recesso na Corte, a questão foi encaminhada à presidente do STF, ministra Cármem Lúcia, que pode decidir caso entenda que o pedido é urgente ou, ainda, esperar que o relator do caso, ministro Edson Fachin, decida quando retornar do recesso.
Com informações da Agência Brasil
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