Rodolfo Torres
Após um pedido de vista coletivo, a Comissão de Relações Exteriores do Senado adiou por 30 dias a análise do Projeto de Decreto Legislativo 430/08, que permite a entrada da Venezuela no Mercosul.
O pedido de vista partiu após a leitura do voto do relator da matéria no colegiado, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que é contrário à medida. De acordo com o tucano, a Venezuela apresenta um “quadro de desrespeito de liberdades democráticas”, com um governo que atua de forma “quase ditatorial”.
Jereissati citou o fechamento de emissoras de comunicação por parte do governo de Hugo Chávez, presidente da Venezuela. Para ele, aquele país “tem sido instrumento de desintegração da América do Sul”.
Contudo, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), adiantou que apresentará um voto em separado para que o país vizinho possa ingressar no bloco econômico.
Chávez e o Congresso do Brasil
A relação entre o presidente venezuelano e o Congresso brasileiro não é das mais amenas. Em 2007, Chávez afirmou que o Senado brasileiro agia na ocasião como um “papagaio” do Congresso norte-americano.
A declaração foi motivada após os legislativos dos dois países se posicionarem contra o governo venezuelano, que não renovou a concessão do canal oposicionista RCTV, um dos mais populares daquele país.
“O Congresso do Brasil deveria se preocupar com os problemas do Brasil. O Congresso é dominado pelos movimentos e partidos da direita, que estão tentando que a Venezuela não entre no Mercosul”, acusou.
“Este Congresso faz um mau favor à causa sul-americana. A esses representantes da direita brasileira, eu digo que é muito mais fácil que o império português volte a se instalar em Brasília do que o governo da Venezuela devolver a concessão à oligarquia venezuelana”, complementou Chávez.
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