O mais antigo jornal em circulação no Brasil deixou de ser impresso nesta sexta-feira (1º). Circulando no país desde a época do Brasil Império, em 1º de outubro de 1862, o Diário Oficial da União (DOU) agora passa a estar disponível apenas em versão online.
Fugindo do avanço das tropas francesas de Napoleão Bonaparte, o príncipe regente de Portugal, D. João, desembarcou no Brasil em 1808 e, no mesmo ano, determinou a criação da então chamada Imprensa Régia, para registrar os atos do Império que colonizava parte da América. As primeiras máquinas tipográficas vieram da Europa, enviada de Portugal por D. João VI, na época príncipe regente.
Desde a criação do DOU, por meio da lei Imperial Nº 1.177, sancionada em 9 de setembro de 1862, o governo brasileiro, através de uma deliberação do Marquês de Olinda, passou a divulgar os atos legais através do Diário Oficial.
As edições registraram importantes mudanças no país, desde a Lei Áurea, que trouxe o fim da escravidão, em 1888, a Proclamação da República. A Constituição e o Ato Institucional número 5, também foram registrados e promulgados em publicação no jornal.
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Em Brasília, o então presidente Juscelino Kubitschek determinou que ele fosse impresso em 1960. No auge de sua distribuição, na década de 1990, chegaram a ser impressos 90 mil exemplares diariamente, mas o número foi diminuindo gradualmente até atingir a quantidade de 6 mil por dia.
Publicado quase que diariamente, em três edições, o jornal traz informações como leis sancionadas, decretos do presidente da República, Contratos, editais, portarias ministeriais, nomeações, exonerações e licitações. Com o advento da internet, o jornal ganhou a versão online em 1997.
Custos
De acordo com a Casa Civil, responsável pela publicação oficial, a impressão consome 60 toneladas de papel jornal todo mês, sendo 720 toneladas anuais. O custo mensal da impressão é aproximado em R$ 204 mil, sendo que anualmente esse valor sobre para R$ 2,5 milhões.
Devido aos custos de produção, distribuição e as baixas receitas com publicidade, nos últimos anos, alguns dos principais jornais brasileiros deixaram de circular. Esse, por exemplo, foi o caso do Jornal do Brasil, um dos primeiros a deixar a versão impressa, seguido pela Gazeta Mercantil, Jornal da Tarde, Gazeta do Povo, Jornal do Paraná, Brasil Econômico, Diário do Comércio e O Sul.
Em tempos de racionamento no Distrito Federal, o governo estima que a medida vai gerar economia de 32 milhões de litros de água por mês.
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