Há alguns dias, conversando com um amigo sobre o crônico problema da criminalidade, enfrentado por todas as civilizações ao longo de todos os séculos e em todos os recantos deste planeta, fiquei a recordar alguns crimes surpreendentes.
Comecei lembrando o caso do cidadão que decidiu montar sua própria Delegacia de Polícia, bem no centro da cidade de São Paulo, para se “autonomear” Delegado. E ei-lo sentado, devidamente engravatado, dando atendimento e recebendo vítimas dos mais variados crimes. Lavrava Boletins de Ocorrência e, por fim, cobrava uma “taxa” para “acelerar as investigações”.
Durante os inacreditáveis nove meses em que esta absurda “delegacia” funcionou, incontáveis ofícios foram remetidos para os mais diversos órgãos públicos – acredite, cobrava-se até para encaminhar queixas de poluição sonora e visual.
Detalhe: esta “delegacia” funcionava a 300 metros de uma outra, verdadeira, mas só foi descoberta após uma rede de televisão denunciá-la. Apurou-se, então, que o “delegado titular” era um estelionatário foragido, e que a “equipe de investigação” compunha-se de réus em nada menos que 26 processos criminais!
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No capítulo dos crimes de natureza sexual, há o caso do angolano de 25 anos que decidiu estuprar uma velhinha de 90, e o das duas crianças inglesas de 10 anos que estupraram uma coleguinha de oito anos que brincava com eles em um parque. E não nos esqueçamos do velhinho norte-americano que, com 100 anos de idade, foi preso por pedofilia – prática na qual vinha reincidindo nos últimos 60 anos.
Há também os homicidas. Sobre estes, recorde-se o caso do norte-americano que matou um amigo a facadas por conta de chulé, e o da norte-americana que esfaqueou o namorado até a morte porque este roncava muito. Não nos esqueçamos também dos dois chineses que matavam mulheres solteiras, a fim de vendê-las como “noivas fantasmas” de jovens falecidos – que, assim, teriam companhia no além! Finalmente, é digno de registro o caso dos dois norte-americanos que passavam o tempo encomendando pizzas só pelo prazer de matar os entregadores.
O que dizer do médico inglês que matou 215 pessas, a maioria delas pacatas senhoras idosas? E da chinesa que ateou fogo no marido, matando-o pelo simples motivo de que este não lavava os pés antes de deitar-se? E do grego que decapitou sua namorada só pelo prazer de poder levar sua cabeça para onde quer que fosse?
Diante destes casos, dá para perceber o quão complexa e delicada é a mente humana. A propósito, recente pesquisa divulgada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos comprovou que mais da metade da população carcerária daquele país sofre de desvios mentais diagnosticáveis de plano, sem maiores dificuldades.
Não diverge desta conclusão um outro estudo publicado no Canadá, em 2004. Ou um outro, igualmente de natureza governamental, apresentado na França em 2002, atestando que mais de 50% dos presos apresentam sinais claros de pelo menos um distúrbio psiquiátrico.
O que choca, em todas estas pesquisas, é a baixa ou inexistente preocupação dos governos em oferecer tratamento adequado a estas pessoas!
Que sejam presas, que presas fiquem, e ponto final! Aliás, “ponto final” não: algum dia todas voltarão às ruas – as mesmas que frequentamos – ainda mais doentes. Que tal pensarmos sobre isso?
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