Sim, a mais conhecida e popular coruja brasileira está nas páginas do Correio Braziliense. Mereceu uma reportagem e uma crônica do Severino Francisco na semana passada.
É uma das nossas aves mais visíveis, pois se adapta muito bem aos ambientes urbanos, tanto que pode ser vista com facilidade em quase todos os nossos gramados, nos canteiros centrais das grandes avenidas de Brasília.
Ocorre desde o Canadá até a Terra do Fogo, sendo que no Brasil só não está presente na Amazônia. É a única coruja do mundo que é ativa durante o dia, sendo que todas as outras têm hábitos noturnos. Enxerga 100 vezes melhor que nós, humanos (como os cientistas chegaram a essa conclusão?) e consegue localizar um animal só com a audição.
Como é uma ave de rapina, não tem predadores naturais e, portanto, seu maior inimigo somos nós mesmos, o auto-intitulado “homo sapiens”. Alimentam-se de pequenos roedores e principalmente de insetos, sendo utilíssimos no controle biológico de pragas. A crendice popular diz que a coruja é sinal de mau agouro. Que nada. Coisa boa é ter a coruja-buraqueria por perto, pois o local fica limpo de ratos e cobras.
Uma curiosidade: forra seu ninho com estrume de gado, ambiente ideal para o besouro-rola-bosta. Olha só que inteligente: a coruja coloca estrume no ninho, o besouro sente o cheiro, vai lá e deposita seus ovos… Comida na porta (ou melhor, dentro) de casa.
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Alem de atrair os besouros, o estrume de gado mantém um excelente microclima dentro do ninho.
Algo que sempre nos chama a atenção nas corujas é a capacidade desta ave de girar a cabeça em 270 graus, ¾ de uma volta completa. Faz isso pois tem mais vértebras no pescoço do que os mamíferos. E o fazem sem danificar os vasos sanguíneos e sem que o fluxo de sangue para o cérebro seja interrompido.
Se tem filhotes no ninho, torna-se bastante agressiva, emitindo um grito estridente, podendo dar “rasantes” ameaçadores aos passantes.
Portanto, da próxima vez que você vir uma coruja-buraqueira por aí, saiba que é um privilegiado em ter um animal tão interessante bem perto da sua casa.
Saibamos conviver com elas. Isso é sabedoria.
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