Diego Moraes e Ricardo Ramos
O imprevisível resultado da eleição para a presidência da Câmara deve sair dos votos dados a candidatos que não passaram para o segundo turno. Empatados na primeira etapa, os candidatos Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e José Thomaz Nonô (PFL-AL) procuram adesões entre os 135 votos distribuídos nas candidaturas de Ciro Nogueira (PP-PI), Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP), Alceu Collares (PDT-RS), além dos cinco votos em branco e três nulos.
O assédio maior recai sobre os 76 votos que Ciro Nogueira recebeu na primeira etapa. “A intenção do partido agora é apoiar Aldo”, afirma Francisco Garcia (PP-AM). “Mas a bancada está muito dividida”, adverte. Dos 54 deputados da bancada progressista, o parlamentar afirma que metade pode trair o governo. “O descaso do governo em pedir votos é muito grande”, ressente-se. Depois do primeiro turno, Aldo só visitou os líderes do PP após a ida de Nonô ao gabinete de Ciro.
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Os 41 votos obtidos por Fleury Filho, candidato do PTB, devem ser divididos entre os dois candidatos que disputam o segundo turno. Embora Fleury deixe claro sua preferência por Nonô, o PTB liberou o voto dos 46 deputados da bancada. “Vou votar no Nonô”, afirmou Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP). “Vou votar de acordo com o movimento Câmara forte“, revelou Jovair Arantes (PTB-GO), ao se referir ao movimento suprapartidário de resgate à credibilidade da Câmara. O movimento conta com 35 votos.
Após a renúncia do candidato do partido, o PL tem sido assediado desde a manhã com a promessa de liberação de emendas parlamentares pelo governo. “O PL deve apoiar a candidatura de Aldo Rebelo”, afirmou o deputado Inaldo Leitão (PL-PB), cujo partido, nas suas contas, depositou cerca de 30 votos na primeira etapa.
Os 18 votos do candidato Alceu Collares devem também ir para o candidato governista. “Essa vai ser uma eleição definida no voto a voto”, aposta Arantes.
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