Questionado se era contra o afastamento da presidenta, Serra respondeu: “Não. Só acho que o pedido de impeachment não se coloca agora como questão política. Não é uma palavra de ordem hoje. Acontece que o governo está tão fraco que dá margem a que gente reivindique o impeachment”.
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O tucano atacou o PT e responsabilizou o partido adversário pelo “radicalismo” e pelo acirramento da polarização com o PSDB. Segundo ele, os petistas “dividem o país entre bons e maus, anjos e demônios” e não são abertos ao diálogo. “Se você está na oposição, você concentra todos os pecados do mundo. É um tipo de polarização que inclusive dificulta o debate de ideias. O Brasil é um país sem debates”, declarou.
Segundo ele, há uma “polarização falsa” de que o PT é o partido dos pobres. “O PT não é o partido dos pobres. É o partido de algumas corporações, de interesses. O PT é, aquilo que eu disse em 2003, uma espécie de bolchevismo sem utopia”, afirmou. “O inimigo principal [do PT] sempre foi o PSDB. Sem qualquer escrúpulo, sem qualquer relativização”, acrescentou.
O senador paulista afirmou que o PT identifica o PSDB como um “partido social democrata mais competente para administrar, para governar”. O tucano disse, ainda, que seu partido foi derrotado nas últimas quatro eleições presidenciais pelo PT não por ter sido rejeitado pela maioria do eleitorado, mas em razão das circunstâncias econômicas.
Segundo ele, Dilma venceu Aécio Neves (PSDB) no ano passado porque a Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção na Petrobras, não estava no auge. “Se fosse hoje, não tenho dúvida que seria diferente”, disse.
Serra descartou qualquer envolvimento do PSDB com o petrolão. “Nós não temos nada a ver com a Lava Jato”, declarou o senador na entrevista concedida na véspera da divulgação da lista dos investigados, na última sexta-feira (6). Entre os 47 políticos a serem investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), está o tucano Antonio Anastasia (PSDB-MG), que alega não ter nada a ver com o esquema de desvios na estatal.
O ex-governador e ex-prefeito de São Paulo defendeu o “enxugamento” da Petrobras para que a empresa “sobreviva”. “Não há no mundo uma empresa estatal de petróleo que tenha se diversificado tanto. Que tenha se endividado tanto para poder investir e investir de maneira ineficiente”, criticou. Serra também rebateu as críticas dirigidas aos tucanos em São Paulo pela crise de falta de água nas principais regiões do estado. “Foi uma surpresa. Quem quer que estivesse no governo teria a mesma dificuldade”, minimizou.
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