O presidente do PT, Rui Falcão, escreveu em sua página no Facebook que a debandada de partidos da base aliada após o rompimento do PMDB com o governo “acabou duplamente frustrada”. Primeiro, apontou, porque nem todos os peemedebistas aprovaram a decisão da sigla de romper com Dilma; segundo, porque o desligamento forçou o Planalto a dialogar com parlamentares de outras legendas para recompor sua base aliada.
De acordo com o presidente do PT, o placar do impeachment começa a mudar a favor da presidente por outros dois motivos: o crescimento das manifestações contrárias ao impeachment e o esclarecimento sobre a falta de base legal para o afastamento da petista do cargo.
“Como ratos que deixam o navio antes de afundar, alguns setores contrários à presidenta iniciaram uma mudança de rumo, por pressentirem que o impeachment pode fazer água. Trata-se da proposta conjunta de renúncia de Dilma e Temer, manobra que a presidenta repeliu mais uma vez”, escreveu Falcão.
O petista cita, em seu texto, as manifestações do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de que o PMDB se precipitou e deu um “tiro no pé” ao anunciar o rompimento com o governo, e do ministro do Supremo Tribunal Federal Luis Roberto Barroso, que lamentou que os peemedebistas sejam a “opção de poder” no Brasil.
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Rui Falcão participará nesta noite com o ex-presidente Lula de um ato na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, “em defesa da democracia e dos direitos trabalhistas”.
Leia a íntegra da nota de Rui Falcão:
“Como ratos, contrários a Dilma tentam mudança de rumo
Com o crescimento das manifestações populares em defesa da democracia, o placar do impeachment começa a mudar a favor da presidenta Dilma. Influi, também, o esclarecimento de que falta base legal para destituir a presidenta, que não cometeu crime, nem comum e nem de responsabilidade. Portanto, o que o complô parlamentar-jurídico-midiático pretende é mesmo dar o golpe, em desrespeito ao voto popular e para chegar ao poder a qualquer custo.
A esperada debandada de partidos da base aliada, que secundaria o rompimento do PMDB com o governo, acabou duplamente frustrada.
Primeiro, porque nem todo o partido acompanhou o presidente-ausente da reunião, que o senador Requião chamou de “farsa” e o senador Renan Calheiros encarou como “tiro no pé”. Este encontro de 3 minutos, tendo na comissão de frente o notório presidente da Câmara, causou espanto ao ministro Barroso, do Supremo Tribunal Federal: “Meu Deus. É esta a alternativa que temos”, exclamou ele durante encontro com estudantes.
Em segundo lugar, porque o governo abriu diálogo com os demais partidos, a fim de recompor sua base parlamentar — movimento ainda em curso e que reforça a necessidade de ampliarmos o contato com deputados e senadores para convencê-los a votar contra o golpe.
Como ratos que deixam o navio antes de afundar, alguns setores contrários à presidenta iniciaram uma mudança de rumo, por pressentirem que o impeachment pode fazer água. Trata-se da proposta conjunta de renúncia de Dilma e Temer, manobra que a presidenta repeliu mais uma vez.
Contra o golpe e suas variáveis oportunistas, vamos manter a mobilização, as campanhas de esclarecimento, a defesa da democracia e aprovar mudanças na política econômica.
Rui Falcão, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores”
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