Em jantar oferecido na noite desta segunda-feira (3) a ministros e lideranças partidárias no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff não fez qualquer menção direta à prisão do ex-ministro José Dirceu. Embora a Operação Lava Jato tenha sido a principal preocupação manifestada pelos presentes, Dilma disse não ter medo. Ela procurou frisar, em seu discurso, a necessidade da preservação das instituições. As informações são do jornal O Globo.
“Na crise política, as instituições devem ser preservadas. Devemos fazer nossa travessia sem medo. Eu não tenho medo. Eu aguento pressão , eu percebo o que está acontecendo, ouço para mudar e melhorar”, disse Dilma.
Ao circular pelas mesas, a presidente procurou alimentar as conversas sobre o ajuste fiscal. Segundo a reportagem, ela destacou a necessidade de a base brigar pela manutenção do ajuste nas votações da chamada “pauta bomba”. Ela pediu aos aliados que enfrentem as pautas que serão colocadas na volta do recesso com “altivez”.
“Da estabilidade fiscal eu não arredo o pé. Não quero que votem como carneirinhos, mas como uma base corajosa em nome e para o Brasil”, afirmou ela.
Na presença do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, Dilma discursou sobre buscar a estabilidade financeira do país sem a indexação de aumentos vinculados à inflação. “Não podemos indexar a Economia. As condições de ontem não se repetirão hoje. Não teremos outra oportunidade com as commodities. Mas podemos aproveitar a crise para fazer mudanças”, argumentou a petista.
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Dilma ainda fez promessas que interessam seus aliados no Congresso. “A presidente disse que dentro de dois meses vai entregar os primeiros 39 quilômetros da transposição do Rio São Francisco. E até 2016 vai entregar a obra toda, concluída. Isso é uma notícia maravilhosa para o meu Nordeste. Também anunciou que logo estará fazendo as concessões na área de infraestrutura para dividir a crise com o setor privado,” disse o líder do PP, senador Benedito de Lira (AL).
Apesar das falas seguras e otimistas de Dilma, os presentes não evitaram o assunto Lava Jato na intimidade de suas mesas. “O consenso nas rodinhas era de que, já que vai prender todo mundo, que prenda logo de uma vez só e acaba com isso. A piada lá era: não é Lava Jato, é lava lento e vaza rápido as delações. A operação é lenta, mas os vazamentos vêm a jato. Havia uma preocupação geral de que a operação tem um único objetivo, que é prender o ex-presidente Lula,” contou ao jornal um dos senadores presentes.
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