*Pedro Sales
O deputado distrital Daniel Donizet (MDB-DF) é acusado de assédio sexual por ex funcionárias do gabinete. O parlamentar também é acusado de rachadinhas e omissão de socorro a uma garota de programa que alega ter sido espancada por um assessor de Donizet. O deputado se manifestou por meio de nota e negou os fatos.
As duas ex-servidoras registraram as acusações na Polícia Civil e no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Em entrevista à Folha de S.Paulo, Fabrícia Morais, uma das vítimas, alegou ter sido ameaçada por se recusar a fazer sexo com o deputado. Segundo ela, Donizet disse: “Fabrícia, aqui é igual ao Big Brother. Só fica quem dá”. A vítima acredita que foi exonerada por não ter cedido às investidas.
“Parecia um cachorro no cio. Ele chegou em mim bêbado e disse que pegava todas as meninas. Ele falou no meu ouvido isso.”, disse Fabrícia em referência a uma festa com outros servidores. Dias depois, em outra festa, foi convidada a um motel e negou. “Não fui. Fui exonerada porque não transei com ele”.
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A outra vítima não se identificou, mas compartilhou uma história semelhante à de Fabrícia. O deputado também a abordou em uma confraternização e ela teve relações com Donizet. Apesar disso, afirma que se sentiu coagida a ceder em razão das relações de poder entre chefe e empregada. Ambas disseram à Folha que passaram por tratamento psicológico para superar os traumas.
O parlamentar se defendeu em nota, disse que “sempre se colocou à disposição das autoridades, bem como tem a certeza de que tudo será esclarecido, sendo ao final comprovado que não há qualquer envolvimento de sua parte nos fatos” e acrescentou que “refuta quaisquer tipos de crimes e violência contra as mulheres”.
PublicidadeOutras acusações
Em 2021, o Ministério Público e a Polícia Civil cumpriram mandados de busca e apreensão no gabinete do deputado. A investigação apura casos de rachadinha, quando um servidor deve devolver parte do salário recebido ao empregador, e a contratação de funcionários fantasmas.
Daniel Donizet também é investigado por omissão de socorro a uma prostituta que diz ter sido espancada pelo assessor do deputado em março deste ano. De acordo com o boletim de ocorrência, o parlamentar estava em um quarto de motel com o assessor e a garota de programa no momento da agressão. “Eu pedindo para ele [o assessor] parar e ele não parava […] e tirou a camisinha. Todos omitiram socorro, inclusive o Daniel Donizet”, afirma a mulher.
O deputado foi alvo de um pedido de cassação por quebra de decoro parlamentar referente a esse caso. Os deputados da Câmara Legislativa do DF, no entanto, arquivaram por unanimidade a representação contra o parlamentar no final de setembro.
*Estagiário sob supervisão da editora Iara Lemos
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