Durante cerimônia de filiação ao PL nesta terça-feira (30), o presidente Jair Bolsonaro seguiu sem confirmar sua disputa por uma reeleição e afirmou que sua escolha pelo partido não é um lançamento de candidatura para as eleições, apesar de não negar a possibilidade de uma disputa em 2022.
“Não estamos lançando ninguém a cargo nenhum. É um evento simples, mas de muita importância, que é uma passagem para que possamos pleitear algo lá na frente”, disse durante discurso.
O evento foi na sede do partido, em Brasília. Além de Bolsonaro, filiaram-se o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, e Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional.
Marcaram presença na cerimônia comandantes estaduais da sigla, prefeitos, governadores e parlamentares da ala bolsonarista do PSL. Também participaram ministros como Paulo Guedes (Economia), Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência), Marcelo Queiroga (Saúde) e Ciro Nogueira (Casa Civil).
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Antes de discursar, Bolsonaro pediu ao deputado pastor Marco Feliciano (PL-SP) para fazer uma oração. O parlamentar pediu à Deus que regesse as autoridades presentes, responsáveis por tirar “uma nação que sofreu muito” do “lamaçal”. Hoje é comemorado o Dia do Evangélico em Brasília, feriado facultativo, para o qual Bolsonaro esvaziou a agenda de compromissos para o resto do dia.
Veja o vídeo:
Em seu discurso, o presidente Bolsonaro buscou o caminho do meio. Após contendas com líderes estaduais da nova casa, o presidente disse que “chega para somar”. Apesar disso, citou os nomes do seu “núcleo” que apoia para governos estaduais, como Tarcísio Freitas e o deputado Victor Hugo (PSL-GO).
Casamento com o PL
Bolsonaro comparou sua união com Valdemar da Costa Neto, presidente da sigla, à um casamento, e disse que agora todos irão compor uma família. “Uma filiação é como um casamento. Nós não seremos como marido e mulher, seremos família, mas vocês todos fazem parte dessa nossa família”, disse aos apoiadores presentes.
Sem partido desde que deixou o PSL, há cerca de dois anos, Bolsonaro voltou a reforçar suas passagens por siglas do chamado “centrão”, como o PP. Mesmo ciente do pragmatismo do bloco, o chefe do Planalto disse que “as cores verde e amarela predominam sobre o vermelho” país afora e voltou a dar espaço para corriqueiras falas contra a esquerda. “Nós tiramos o Brasil da esquerda, olhem pra onde estávamos indo, olhem para onde foram outros países como a Venezuela, entre outros. Nós não queremos isso”, disse.
Assista a trechos do discurso:
Novamente ensaiou ataques às instituições democráticas e chegou a falar em limites extrapolados. “Alguns extrapolam aqui na Praça dos Três Poderes, mas eles vão se reenquadrar e ver que somos a maioria”.
O presidente finalizou o discurso retomando o tom em defesa das liberdades e afirmou que não tem planos para qualquer tipo de regulamentação da mídia, com destaques para as redes sociais.
“Vou dizer a vocês, já que a imprensa está aqui também, que jamais da minha parte [há] qualquer proposta para controlar a mídia, muito menos a mídia social. A liberdade [está] acima de tudo”, finalizou.
Ministros também entram para a “família”
Além de Rogério Marinho, outros quatro nomes estão previstos para se juntar ao PL. Ao chegar no evento, Onyx Lorenzoni confirmou sua filiação ao partido citou a ministra Tereza Cristina (Agricultura), Marcelo Queiroga (Saúde) e Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura).
Hoje, Onyx e Tereza Cristina são filiados ao DEM, partido que irá se fundir com o PSL, formando o União Brasil.
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