A crise econômica se agrava. Cerca de seis em cada dez consumidores, 58,95%, não sabem quanto estão devendo, segundo pesquisa do SPC e também da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas. Além disso, o desemprego está assustando, empurrando para as ruas e metrôs milhares de pessoas que estão sendo obrigadas a viver como ambulantes. Agora, apesar dessa aguda crise, só falam isto: “Impeachment é golpe!”, aliás, mudaram um pouco a versão.
Mas gostaria de refrescar memória de quem tem memória fraca. É interessante que, conforme a conveniência as coisas são interpretadas de acordo com a conveniência da hora.
Faço questão de mostrar, e pediria à câmera que chegasse próximo desta foto. Esta foto está nítida lá. Agora, estou enxergando bem na câmera. Olhem as personagens que estão nesta foto! Quem está com essa camiseta das 100 mil assinaturas é ninguém mais, ninguém menos do que o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. E, ao seu lado, está José Dirceu, que era, então, o secretário-geral do Partido dos Trabalhadores.
E o que eles estão entregando, ali naquele documento, para Michel Temer, que, em março de 1999, presidia a Câmara dos Deputados? Um pedido de impeachment, impeachment contra Fernando Henrique Cardoso, que tinha acabado de sair, fazia alguns meses, de uma eleição, a qual tinha ganhado, para um segundo mandato, com 53% dos votos, e, portanto, ganhou no primeiro turno.
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E, nesta foto, em março de 1999, estavam lá essas figuras bem conhecidas – algumas já falecidas, como Miguel Arraes, de saudosa memória. Pedindo o quê? Impeachment do Fernando Henrique Cardoso.
Que interessante: naquela época, impeachment não era golpe – não era golpe! E agora é golpe? Tudo dentro da lei.
PublicidadeE o que aconteceu? No pedido de 1999, Milton Temer – não sei nem se é parente do Michel Temer – era um deputado federal, de São Paulo, do PT. E ele acusava, em nome do partido e pelo movimento, o Fernando Henrique de ter cometido crimes de responsabilidade durante a execução do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer); o programa fora iniciado em 1995, no primeiro mandato de FHC.
Havia também a acusação – negada pelo então presidente FHC – de que o Planalto teria constrangido o Ministério Público e outros órgãos durante a investigação do que havia se passado.
Nada como um dia após o outro – nada como um dia após o outro! Nada como os documentos. Nada como a História. Não vamos discutir aqui o estelionato eleitoral do Fernando Henrique Cardoso ao prometer um segundo mandato – vejam só – de crescimento e criação de empregos, ao tempo em que negociava com o Fundo Monetário Internacional a política de recessão em que nos encontramos, e o que aconteceu em 2014, quando a campanha eleitoral mostrou cenários maravilhosos de um Brasil crescendo, de um país de mais especialidades na área médica, de um país de Pronatec infinito e ilimitado, de mais moradias no Minha Casa, Minha Vida – que agora se chama “Minha Casa, Minha Dívida”.
Agora, não há mais recursos, aumentaram os juros para o financiamento da casa própria, a inflação chegou a um nível assustador, o desemprego é assustador. O que aconteceu? E agora golpe é impeachment, retirando da sociedade, retirando do Parlamento aquilo que é um direito constitucional.
Veja a íntegra do discurso da senadora em plenário:
Nessa segunda, falei dos ministros Antonio Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Roberto Barroso, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello. Serão golpistas todos esses ministros que ocupam com dignidade a Suprema Corte? O país todo olha para aquela Casa, na Praça dos Três Poderes, ali do lado, com a estátua simbolizando a Justiça cega, venerando, aplaudindo as decisões da Suprema Corte. Serão esses ministros todos que eu acabei de citar golpistas quando dizem que impeachment não é golpe? O julgamento de impeachment é político e, por isso, ele está na Câmara e foi acolhido.
Vou ler os pedidos de impeachment. Sob o comando de Lula, ele apoiou nada menos do que 50 petições de impeachment contra três presidentes entre 1990 e 2002. Foram 29 pedidos de impeachment feitos por Lula contra Fernando Collor, quatro contra Itamar Franco e 17 contra Fernando Henrique Cardoso. Lula também teve 34 pedidos contra ele.
Como diz o poema, e agora, José?
Contra fatos não há argumentos. Nós não podemos tapar o sol com a peneira. Fatos e Fotos era o nome de uma revista muito linda. Então, há as fotos e os fatos, e não podemos fazer versões sobre isso, porque são fatos e são fotos.
É preciso ter coerência nas atitudes, é preciso ter coerência nos discursos, é preciso ter respeito com a inteligência do povo brasileiro, é preciso ter respeito à sociedade brasileira, é preciso ter respeito ao pensamento da sociedade brasileira.
* Texto reproduzido do discurso feito pela senadora em plenário em 29 de março de 2016.
A foto que a senadora Ana Amélia apresenta como “pedido de impeachment contra FHC” foi extraída do Jornal da Câmara de 27 de agosto de 1999 em matéria referente ao pedido da CPI da Telebrás. Lula e Dirceu eram contra o impeachment de FHC em 1999. Pesquise pelo meu artigo “Ciro ecoa acusação falsa de Ana Amélia contra Lula”. https://uploads.disquscdn.com/images/b35a15394dfc3456bf709f57a9e7855dfacae62e4a20ce4ca3d74178fcf1adf3.jpg
O Congresso em Foco censurou o meu comentário que desmente esta notícia?
Muito bem colocado.
Uma pena que uma pessoa culta e clara como Ana Amélia abandonou o jornalismo para se meter em um covil…
Um claro motivo é a compra dos votos para a reeleição desse vendilhão da pátria.
Agora que apareceram fotos do Olavo Setúbal entregando a papeleta que daria direito a uma quantia em dólares a ser retirada com um doleiro o canalha escafedeu-se e vem vc aqui falar besteira.
Ahn? O que tem o Paulo Setúbal a ver com a reportagem?
Cara, quando é que você vai aprender a ler?
A senhora está confundindo alhos com bugalhos. As pedaladas fiscais (que todos fazem ou fizeram, inclusive FHC) não têm nada a ver com o que FHC fez naquela época em relação ao Proer. Pode até enganar os incautos, mas não engana todo mundo.
O fato de o FHC ter feito pedaladas fiscais não dá direito aos seus sucessores de fazer a mesma coisa. Ou porque alguém comete um assalto, todos podem assaltar? Os sucessores deveriam ter denunciado FHC. Seria mais uma das tantas denuncias que o PT fez. Lembre-se o crime da presidente Dilma é de RESPONSABILIDADE administrativa, de indisciplina regulamentar.
Uma mente lúcida! Há luz no fundo do túnel! O que ela falou é verdade, os petistas atazanaram todos os governos pós ditadura e votaram contra tudo, inclusive contra a Constituição de 1988, que hoje os protege, impedindo que muitos deles estejam na cadeia e, agora, querem posar de vítimas. O Brasil precisa ser passado a limpo e, TODOS os participantes de falcatruas, fraudes, roubos, conchavos e outras tramóias julgados, presos e terem os seus bens colocados em indisponibilidade, para que a sociedade possas ter os seus prejuízos mitigados.
Senadora Ana Amélia defende seus donos RBS, pois ela e eles sabem muito da vida um do outro, principalmente dos negócios espúrios da RBS com FHC. Dai o caso do PROER deu um prejuízo de BILHÕES de reais ao pais.
hahahaha – Já somou quanto prejuizo o Caso Petrobrás ,caso Mensalão , o caso Passadena deram ao País ?
Abre a mente Brother ….
Nenhum seu midiodiota!
Fácil atacar pessoalmente quando não pode combater e aceitar os seus argumentos.
E ainda tem a Zelotes!