A demanda por ordem e por combate à criminalidade, de um lado, e a oposição à esquerda e ao politicamente correto, de outro, tem levado parcela do eleitorado a optar pela candidatura de Jair Bolsonaro, identificado nele alguém que pensa igual.
Em política não é a coincidência de diagnóstico que deve justificar o apoio e o voto, mas a real capacidade do candidato e sua equipe de resolver os problemas que a população considera prioritários.
E Jair Bolsonaro, pelas razões a seguir, é o menos indicado, tanto para enfrentar os dois problemas (ordem e criminalidade), quanto para fazer o contraponto com a oposição e o politicamente correto.
Para supostamente resolver a demanda por ordem, a proposta de Bolsonaro consiste em perseguir e criminalizar as pessoas e movimentos que ele, com seu fundamentalismo militar, considera como bandos de
desordeiros, vagabundos e preguiçosos.
Já para combater a criminalidade, que também inclui pequenos furtos praticados por menores infratores, a receita é a mesma, ou seja, a repressão, a violência, a prisão e, nas palavras do candidato, o assassinato desses “bandidos” e “criminosos”.
Ora, a violência só gera violência. Quanto mais repressor for o Estado, mais violento será o assaltante ou o delinquente. É preciso equilíbrio e respeito aos direitos humanos, combinando punição com medidas preventivas e de ressocialização. Fazer a Justiça funcionar e punir os criminosos tem forte apelo social, mas a repressão arbitrária só tem um efeito: vitimizar ainda mais quem mais sofre com a violência e a criminalidade.
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E não há nenhuma proposta ou preocupação com a prevenção, a partir de políticas públicas de emprego e inclusão social, nem com a ressocialização de menores infratores e apenados. A lógica é castigar, encarcerar, e punir.
Já para o conjunto da população, igualmente, não se vislumbra nenhuma melhoria na quantidade e na qualidade dos serviços públicos.
Afinal, o homem escolhido para ser o dono do cofre, o futuro ministro da Fazenda – Paulo Guedes – é um fundamentalista de mercado, com cabeça de “planilha”.
Para ele, o que interessa é reduzir o papel e o tamanho do Estado. Sua receita para resolver a crise fiscal é o corte de despesa, é a redução de serviços públicos e a privatização das estatais, tanto para gerar caixa, quanto para favorecer a iniciativa privada.
Na relação com os adversários políticos, especialmente à esquerda do espectro político, a turma do Bolsonaro emprega a truculência verbal, classificando-a como bandidos, vagabundos e criminosos, quando são apenas pessoas com uma visão de mundo diferente da dele.
A intolerância é também praticada contra todos que defendem posturas que destoam da visão conservadora do candidato e seus adeptos, numa negação e condenação da diversidade do comportamento humano.
Para o candidato e sua turma – e que turma, basta ver os seus apoiadores Brasil afora – os negros, mulheres, gays, quilombolas, sem-terra, sem-teto, atingidos por barragens, etc, são todos vistos como inferiores, preguiçosos, pervertidos ou criminosos.
É ingenuidade, para não dizer ignorância, imaginar que servidores públicos concursados, inclusive policiais, vão executar ordens que possam contrariar a lei e a Constituição. A vontade ou a raiva de um presidente não será executada, se ela – como ocorreria com as de Bolsonaro – contrariasse o ordenamento legal do País, como as que agridem os direitos humanos.
Até mesmo o “mercado”, que parece encantado com a perspectiva de um político de direita no poder, poderá descobrir que o autoritarismo populista pode ser o seu pior pesadelo, por desrespeitar aquilo que mais lhe interessa: a estabilidade jurídica e política.
A esperança e a convicção é que o eleitor seja racional, e já no primeiro turno, perceba que o fundamentalismo do Bolsonaro, em lugar de resolver, vai é agravar o problema que ele, eleitor, gostaria de solucionar ou amenizar. Não se combate fogo com gasolina.
Do mesmo autor:
Tenho que concordar com o “jornalista”: O Bolsonaro estará fora do segundo turno por conta de seu fundamentalismo.
Aliás, TODOS os candidatos estarão fora do segundo turno. Motivo?
BOLSONARO ELEITO NO 1° TURNO!
Quanta ingenuidade vinda de um jornalista, analista político, diretor de documentação do Departamento
Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), idealizador e
coordenador da publicação Cabeças do Congresso. Esta frase foi hilaria: Ora, a violência só gera violência …
Gostaria de saber como o Sr resolveria a forma da “Justiça” ? Sugestão, suba o morro para dialogar com os traficantes do Rio de Janeiro, mas não leve a policia para evitar conflitos, pois como o Sr disse: Quanto mais repressor for o Estado, mais violento será o assaltante ou o delinquente.
Chora lixão.
Quem será o próximo a comandar esse País abarrotados de corruptos, em ruínas administrativas e morais? O do rodoanel…o da caatinga do Ceará..ou o soldado de chumbo? Sobre o fundamentalismo, quem enraizou a ideologia espúria e perniciosa contra a sociedade, travestida de benevolência social, uma parte esta em cana, outros ainda irão. E o Bolsonaro, até agora nada de processo envolvido na Lava Jato.
Avaliação completamente irreal da política brasileira. Aconselho o senhor a ler um livro que, com certeza, o fará aprender muito: “Murro na Cara, o jeito americano de vencer eleições”.
Depois venha a público e peça perdão.
A comedia e desespero desse texto torna-se mais comico quando vc acaba de ler um documento de analista da eurasia, uma das mais importante e sérias instituições de análise do mundo, informando que a pancadaria contra Bolsonaro tende a aumentar, mas que isso não vai impedi-lo de chegar ao segundo turno. O articulista desse texto perceberá em breve que é melhor Jair se acostumando
Alguém tem algum link, vídeo ou trecho de qualquer discurso do Bolsonaro contra o Maluf?
Pergunto pq um cara que prega o combate à criminalidade, imagino eu que tenha sido também combativo no congresso nacional.
Do Bolsonaro eu não sei. Mas do Lula e do Alckmin elogiando, abraçado, sorrindo, tenho vários vc quer?
Não precisa, não são meus candidatos, mas do bolsonaro abraçando o maluf tem demais també, com cunha, aécio, etc…
Tudo farinha do mesmo saco, só inocente acredita que o homem seja honesto, rsrsrs
Acho importante truculência e discriminação com esquerdistas e suas idéias. Melhor seria enjaular a escória, mas mudar absolutamente tudo que eles fizeram nos últimos 23 anos já estaria de excelente tamanho.
Só distorções, falácias e torcida. Para o jornalista politicamente correto, combate-se a criminalidade com direitos humanos e investindo em educação (a política dos últimos 30 anos: Lula investiu bastante em educação, o resultado é mais criminalidade e pior nível de educação). Vamos continuar no que dá errado há 30 anos, que piora anos após ano, quem sabe agora dê certo!!!
Concordo. Esta reportagem está longe de dizer o que o Bolsonaro realmente prega e almeja para o país. Esta é realmente um exemplo de fake news.