Quando ouço propostas de solução de nossos problemas atuais via militarização imediatamente me recordo da famosa frase do ex-primeiro-ministro francês Georges Clemenceau: “A justiça militar está para a justiça assim como a música militar está para a música”. O raciocínio também é válido para o campo da educação – vide o que está sendo posto em prática nas escolas públicas do Distrito Federal.
Para além do absurdo de entregar a responsabilidade de educar nossos jovens a quem não tem a formação necessária para isso, me causa verdadeiro horror saber que, dentre as medidas que estão sendo adotadas nesses estabelecimentos, está a de exigir o corte de cabelo curto para os alunos, bem como a proibição do uso de bijuterias e outros acessórios. Pensar que em pleno século 21 alguém ainda associa disciplina e bom comportamento com o tamanho das madeixas masculinas revela, por si só, o pensamento retrógrado de quem está promovendo essa política.
Uma olhadinha no Estatuto da Criança e do Adolescente é suficiente para questionar uma imposição como essa. O ECA assegura não só o direito de liberdade de expressão dos jovens, como o direito ao respeito – que inclui, expressamente na lei, a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças.
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Identificação grupal
Ora, o que é um penteado senão uma forma de se expressar por meio de seu próprio corpo? Também é patente o fato de que parte importante da construção da identidade dos adolescentes modernos se dá por meio da identificação com determinados grupos, caracterizados, entre outras coisas, por um tipo de visual particular (roupas, maquiagens, cortes de cabelos, etc.). Assim, parece claro que a imposição de um corte de cabelo padrão nos colégios públicos militarizados bate de frente com os direitos garantidos na legislação.
Mas, além da questão legal, devemos pensar no impacto de uma violência como essa em seres já tão confusos e fragilizados. Trago o testemunho do adolescente que um dia fui: magro, alto, desajeitado, sem intimidade nenhuma com a moda; diante do espelho, aquele pobre diabo só conseguia se orgulhar dos cabelos lisos castanhos na altura dos ombros. Usava a franja como um verdadeiro escudo de super-herói, escondendo por detrás dela toda a timidez e a insegurança de um típico teenager.
PublicidadeA culpa não é dele!
Se aquela mistura esquisita de pele, ossos e espinhas ainda conseguiu descolar uns crushs entre as colegas de escola, foi graças principalmente aos seus inegáveis atrativos capilares. E se não foi um bom aluno no Ensino Médio, a culpa não pode de forma nenhuma ser atribuída a sua pilosidade exuberante que, no máximo, serviu de esconderijo para os fones de ouvido que o distraíam das aulas mais chatas.
Cabelo de adolescente é coisa séria, seríssima, e desde já inicio uma campanha para garantir a todos, sem distinção de tamanho, cor, corte ou penteado, o direito inalienável da autodeterminação capilar!
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Um articulista “bicho grilo”, satisfeito com a bagunça que imperava nas escolas do país,onde se aprendia de tudo menos o mais importante : conhecimentos ! Vai se orientar. Ah, não dá mais !
Asno, animal… Começo a entender que esse desejo por disciplina vem para esconder a falta de algo que é anterior e mais fundamental, o respeito…
diretores, professores, a imensa maioria dos alunos, e a totalidade dos pais está de acordo com as regras. as escolas foram escolhidas por estarem inseridas em comunidades com elevado nível de probreza, baixo resultado no ideb, alto indice de evasão, indisciplina, bagunça generalizada. o animal que escreveu o texto está preocupado porque aluno não vai desrespeitar regras simples de apresentação pessoal, que é fundamental para se estabeler o conceito de disciplina. ta certo, é a esquerda mostrando porque a educação publica no brasil está tão mal, cada um com seus valores. mesmo contra uma esquerda que quer sabotar o brasil, a direita fará as mudanças necessárias para se construir uma sociedade melhor, e longe muito longe dos principios da baderna generalizada defendida pela esquerda
Excluindo a parte de usar fones durante as aulas (porque isso realmente tira o foco do aluno), cada palavra dita neste texto carrega uma força de verdade inigualável. E diferentemente do que algumas pessoas possam dizer (e realmente disseram, aqui nos comentários), não é um aluno com fones de ouvido que vai destruir a escola inteira, e não é um único comentário meio errado que vai destruir um texto inteiro.
Um asno, com todo respeito aos muares. Quando o asno afirma usar “fones de ouvido” nas aulas já deixa certo o tipo de aluno que era. É um indisciplinado tentando “fazer a cabeça” das pessoas. Vai pastar cara!..