Mensalão: entenda o que está em julgamento
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Valdemar concedeu uma entrevista coletiva no plenário da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Acompanhando de seu advogado, Marcelo Bessa, o hoje secretário-geral do PR disse não ver contradição em manter o mandato mesmo com a condenação por corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Neste período, poderá continuar a apresentar e relatar projetos de lei, além de propor emendas ao Orçamento.
“Não vejo contradição nisso”, afirmou. Valdemar, que está no sexto mandato de deputado federal, classificou seu mandato como parlamentar mais como articulação política do que propositivo. Por isso, explicou, passou boa parte desse período na liderança do PL e, depois da fusão com o Prona, no PR. Porém, disse que nunca viveu de corrupção, lavagem e quadrilha.
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Crime eleitoral
PublicidadeTanto na explanação inicial quanto nas respostas na coletiva, Valdemar evitou dizer que era inocente. Mas comentou que foi processado pelos crimes errados. Na visão do parlamentar, o que aconteceu foi caixa 2. Houve o acerto com o PT em 2002, que acabou na indicação de José Alencar para compor a chapa presidencial com Lula. “Foi um flagrante ilícito eleitoral”, disse. Ao julgar o item 6 da denúncia, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitaram esta tese.
Porém, apesar do acerto – R$ 10 milhões – Valdemar disse que não recebeu o dinheiro de imediato. Relatou que Delúbio Soares, então tesoureiro do PT, informou que o partido não tinha mais verbas para pagar o compromisso. Nesta situação, o parlamentar disse que foi obrigado a recurrer a agiotas para saldas as dívidas, posteriormente pagas pelo PT com parte do Fundo Partidário.
Valdemar, mesmo dizendo respeitar a decisão do STF e acreditar na Justiça brasileira, fez críticas à atuação dos ministros. Reclamou da postura do relator do mensalão, Joaquim Barbosa, de ter lido apenas os argumentos da acusação e não da defesa. Também questionou a necessidade de provar o que dizia. Os ministros decidiram que, quando o réu invoca um álibi, deve prová-lo.
Votação
Valdemar também questionou o fato de ter sido condenado por corrupção passiva. Disse que não poderia vender o voto “pela razão singela da minha ausência”. Ele se referiu à votação da Lei das Falências, um dos projetos apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como evidência da compra de votos na base aliada.
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