Reportagem – é o aprofundamento de uma notícia ou o mergulho em um fato importante, mesmo que não seja recente, em busca de revelações exclusivas. A reportagem, na acepção aqui utilizada, está no universo do “jornalismo investigativo”, que remete ao esforço para tornar públicos fatos relevantes que autoridades ou pessoas poderosas gostariam de manter ocultos. Uma boa reportagem requer pesquisas intensas, entrevistas com grande diversidade de fontes, reiteradas checagens e cuidado especial na apresentação do conteúdo final, que pode trazer complementos como vídeos, infográficos, mapas e painéis de visualização de dados. Também deve trazer – ou, no mínimo, tentar obter – as explicações de quem pode ter sua imagem arranhada pela sua publicação.
Ayres Britto acredita que indenização à União só será definida no fim do julgamento
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) definiram nesta quinta-feira (8) as penas do publicitário Cristiano Paz, sócio do empresário Marcos Valério nas agências SMP&B e DNA Propaganda. Ele foi condenado pelos crimes de corrupção ativa, peculato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e evasão de dinheiro. A expectativa dos ministros é que ainda hoje seja encerrada a análise das punições do núcleo publicitário. No total, as penas de Cristiano Paz chegam a 25 anos, 11 meses e 20 dias de prisão.
Veja abaixo as penas contra Cristiano Paz:
Formação de quadrilha: dois anos e três meses
corrupção ativa de João Paulo Cunha (PT-SP): dois anos e seis meses, mais 100 dias multa
peculato da Câmara dos Deputados: três anos de reclusão, mais 180 dias multa
peculato do Banco do Brasil: três anos, dez meses e 20 dias, mais 190 dias multa
corrupção ativa de Henrique Pizzolato: dois anos e oito meses, mais 180 dias multa
lavagem de dinheiro: cinco anos e dez meses, mais 166 dias multa
corrupção ativa de parlamentares da base: cinco anos e dez meses, mais 180 dias multa
Durante a discussão, os ministros chegaram a discutir a possibilidade de os réus indenizarem a União pelos desvios originados do peculato, que é um crime contra a administração pública. O decano da corte, Celso de Mello, voltou a sugerir que o STF estabeleça um valor mínimo, que pode ser reajustado pela Justiça. No entanto, esta decisão deve ficar para o final. “Não tem maioria, ficou uma indefinição. Vou apresentar meu voto no final”, afirmou o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, no intervalo da sessão.
A expectativa dos ministros é que hoje se encerre a definição das penas do núcleo publicitário. Os ministros já encerram as punições para Marcos Valério e Ramon Hollerbach, além de Cristiano. Eles também iniciaram a dosimetria para o advogado Rogério Toletino dos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa dos parlamentares do PP e lavagem de dinheiro. Depois, será a vez de Simone Vasconcelos, ex-diretora financeira da SMP&B.
Mario Coelho* Formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2004, começou a carreira no jornal O Estado (SC), onde foi repórter e editor. Em Brasília desde 2005, trabalhou na sucursal do jornal Hoje em Dia (MG) e no Correio Braziliense. Está no Congresso em Foco desde 2008.
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