O secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jérôme Valcke, sugeriu nesta terça-feira (8), em audiência na Câmara, a venda de ingressos mais baratos para a Copa do Mundo de 2014. A categoria, no valor de US$ 25 (cerca de R$ 44 na cotação do dia), seria destinada a estudantes, idosos e pessoas com deficiências. Essa é uma alternativa apresentada pela entidade para não conceder a meia-entrada no maior evento do futebol mundial.
A criação de uma categoria popular de ingressos, de acordo com Valcke, foi sugerida ontem à presidenta Dilma Rousseff. A meia-entrada para idosos é regulamentada pelo Estatuto do Idoso. Já o benefício para os estudantes tem amparo em leis estaduais. Valcke afirmou que a entidade não é favorável à meia-entrada, mas que isso é um “problema técnico”. Segundo ele, a Fifa não quer mudar as leis brasileiras.
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O secretário-geral advertiu, entretanto, que será preciso encontrar uma forma de esses ingressos com preços mais baixos não serem comprados por cambistas nem por pessoas que possam pagar o preço normal. Além de Valcke, também participou da audiência pública na Câmara, destinada a discutir o projeto da Lei Geral da Copa, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira.
Cervejas
Quanto à proibição de venda de bebidas alcoólicas nos estádios, Valcke não concordou. Ele defendeu a venda de cerveja em condições controladas, argumentando que isso ocorreu nas Copas anteriores e não gerou confrontos entre torcidas rivais. De acordo com o secretário-geral, Rússia e Catar, países em que a venda de bebida alcoólica é rigorosamente proibida em estádios, abriram exceções e vão permitir o comércio nas praças esportivas.
“Foi considerado que a Copa é um evento particular e que, excepcionalemnte, o álcool seria comercializado nos estádios”, afirmou. “Não vou assumir compromisso de que não será vendido álcool nos estádios, mas esse pedido será levado em consideração. Sei que essa resposta não é satisfatória, mas é a que posso dar hoje”, disse.
PublicidadeCríticas
Na audiência, Valcke ressaltou que o país precisa cumprir os acordos assinados em 2007 com a Fifa. “Mesmo que minha atitude seja desagradável e chamada de arrogante, não posso dizer que tudo está correto quando não está correto”, disse Valcke. Ele criticou a Lei Geral da Copa, em discussão na Câmara, mas disse que ela foi feita de acordo com a legislação que existe no Brasil. Explicou que essa é uma opinião “pessoal” e não da Fifa, pois foi feita em conjunto pela entidade e o governo brasileiro.
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