O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu abrir ação para investigar a desembargadora Marilia Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), por texto postado no Facebook em que a magistrada classifica a vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros na última quarta-feira (14), de “cadáver comum” e a acusa de engajamento com bandidos. A abertura do processo é uma resposta ao pedido protocolado no CNJ pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol).
“Diante das recentes notícias veiculadas em meios de comunicação sobre manifestações públicas da desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), Marília Castro Neves, a respeito da vereadora carioca assassinada, Marielle Franco, o corregedor Nacional de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, determinou a abertura de procedimento para averiguar os fatos”, diz nota publicada pelo Conselho Nacional de Justiça.
Leia também
Além do Psol, a Associação Brasileira de Juristas para Democracia também acionou o CNJ contra a magistrada. Marilia também acusava a vereadora, que era filiada do Psol, de ter sido eleita pelo Comando Vermelho, uma das principais facções criminosas do país, e depois ter descumprido “‘compromissos’ assumidos com seus apoiadores” – uma fake news (notícia falsa) que ganhou as redes sociais após a execução da vereadora.
As palavras de juíza foram postadas no Facebook em resposta a outro texto, do advogado Paulo Nader, em que Marielle é qualificada como “lutadora dos direitos humanos e líder de uma população sofrida”. Como adiantou a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, tão logo a desembargadora registrou suas palavras, um grupo de advogados passou a sugerir, na mesma postagem, que a desembargadora fosse denunciada ao CNJ.
Essa semana, outra postagem atribuída à magistrada, e que circula nas redes, mostra um comentário sobre uma professora com Síndrome de Down. “O que será que essa professora ensina a quem???? Esperem um momento que eu fui ali me matar e já volto, tá?”, diz um trecho da mensagem.
Em relação às postagens feitas pela desembargadora sobre a atuação da professora portadora da Síndrome de Down, o corregedor nacional determinou a abertura de Pedido de Providências e será concedido prazo para que a desembargadora se manifeste a respeito.
Reação da magistratura
Ainda nesta terça-feira (20), logo após a decisão do CNJ, a Associação dos Magistrados de Pernambuco publicou nota repudiando as “opiniões de teor preconceituoso” postados pela juíza. A entidade afirma ainda que seu posicionamento não representa o “pensamento dos magistrados de Pernambuco”
Leia a nota dos magistrados de Pernambuco na íntegra:
“ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS DE PERNAMBUCO
NOTA PÚBLICA
A Associação dos Magistrados de Pernambuco (AMEPE) vem a público repudiar veementemente opiniões de teor preconceituoso não condizentes com o pensamento dos magistrados pernambucanos, comprometidos em garantir o bem estar social e os direitos dos cidadãos. Manifestações isoladas e discriminatórias de quem quer que seja sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco ou sobre o trabalho da primeira professora com síndrome de Down do País, Débora Seabra, não representam a magistratura e não podem macular a imagem dos integrantes do Poder Judiciário, sobretudo porque o direito à livre opinião nunca poderá se sobrepor à verdade dos fatos ainda em apuração e ao respeito pela dignidade da pessoa humana.
Recife, 20 de março de 2018
Diretoria da AMEPE”
<< Assassinato da vereadora Marielle no Rio marca um mês de intervenção sem definição de orçamento
Não estou aqui para defender ou acusar vereadora morta, mas sim para criticar com muita dureza a postagem dessa desembargadora que, a meu ver, nem deveria participar dessas postagens em redes sociais pois, como se vê, terminou depondo contra a instituição judicial, pois queiramos ou não, ela é membro do Poder Judiciário (ou membrA, segundo Dilma). Para mim, essa Marilia Castro Neves é uma perua desbocada. Acho que ela tem é que levar muuuito ferro, embora se saiba que levará uma simples advertência.
Não sou de esquerda e nem voto na esquerda, mas que essa magistrada é uma escrota, é.
My God !!!