“Ele [Azeredo] ligou pouco tempo atrás antecipando a decisão e [disse que] vai dedicar a vida a defender a honra dele e a família”, disse o presidente Henrique Eduardo Alves.
A carta de Azeredo foi lida em plenário pelo deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), que presidia a sessão. Em trecho da carta o deputado se diz inocente e nega ter participado de qualquer prática de lavagem de dinheiro ou outra conduta ilegal. Azeredo afirma ainda que preferiu renunciar a se submeter a processo de cassação.
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“Não vou me sujeitar a execração pública nesta Casa, que está sujeita a pressões politicas. Minhas forças já se exaurem com sérios riscos a minha saúde. Não aceito que meu nome continue sendo enxovalhado”, diz a carta. No texto, Azeredo escreve que deixa o parlamento para se dedicar à defesa da dua honra e liberdade. “Fui transformado em mero alvo político destinado a sofrer ataques para assumir delitos cometidos pelos outros”, diz.
O deputado João Bittar (DEM-MG) será efetivado na vaga de Azeredo. Hoje, Bittar é suplente. Ele ocupa a vaga deixada por Carlos Melles, que atualmente é secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais. No lugar de João Bittar será chamado Ruy Adriano Borges Muniz (DEM-MG). Se Muniz não quiser assumir a vaga – já que ele é prefeito de Montes Claros (MG) – será chamado Edmar Moreira (PR-MG).
Ação penal
O deputado é alvo de uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) – a Ação Penal 536 – que investiga o suposto desvio de recursos públicos que teriam sido utilizados durante a sua campanha à reeleição ao governo de Minas Gerais (1998).
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o desvio alcançaria, em valores atuais, R$ 9,3 milhões. Os recursos viriam de duas estatais e de um banco, todos administrados pelo governo mineiro. O procurador-geral, Rodrigo Janot, pediu a condenação de Eduardo Azeredo pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro, pelo qual pediu a pena de 22 anos de reclusão e multa.
Defesa
Eduardo Azeredo alega que não teve responsabilidade na condução financeira da sua campanha eleitoral, gerenciada por terceiros.
Além disso, segundo ele, as empresas que teriam tido os recursos desviados eram conduzidas por diretorias autônomas, com poder para realizar negócios e gerir o patrimônio, independente do governo do Estado.
Atuação na Câmara
Engenheiro mecânico e analista de sistemas, Eduardo Azeredo (65 anos) sempre foi filiado ao PSDB, partido do qual foi fundador e presidente da comissão executiva. Ele estava em seu primeiro mandato como deputado federal. Antes disso, foi vice-prefeito e prefeito de Belo Horizonte (MG), governador de Minas Gerais e senador.
Na Câmara, Azeredo foi presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática e vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.
Em seu mandato no Senado, presidiu a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional.
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