No mês em que se comemora a Proclamação da República, intelectuais, políticos, ativistas e especialistas de diversas áreas se encontrarão para discutir o que impede o Brasil de pôr em prática aqueles que o artigo 3º da Constituição de 1988 aponta como os quatro objetivos fundamentais da nação: (1) construir uma sociedade livre, justa e solidária; (2) promover o desenvolvimento nacional; (3) erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades sociais e regionais; e (4) atender ao interesse de todos os cidadãos, sem discriminação de origem, raça, sexo, idade ou qualquer outra.
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A iniciativa, apoiada pelo Congresso em Foco, é parte do projeto “Brasil 2030”, que tenta explorar caminhos consensuais – para além da polarização política característica da presente conjuntura nacional – que podem levar o país a cumprir a trajetória definida em sua lei maior. O evento será realizado amanhã e terça-feira, na Faculdade de Economia, Administração de Contabilidade da Universidade de Brasília (UnB).
Participarão dos debates, entre outros, o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes (PDT-CE); Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese); Isabel Figueiredo, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública; Priscila Pereira, do Instituto Millenium; o senador João Capiberibe (PSB-AP); Lívia Maria Nogueira, representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud); o empresário Alexandre Guerra, conselheiro do Giraffas; Júlio Marcelo de Oliveira, procurador do Ministério Público de Contas junto ao Tribunal de Contas da União (TCU); a secretária de Planejamento do Distrito Federal, Leany Lemos; Tom Barros, do Observatório Social de Brasília; Everardo Aguiar, do movimento Cidade Aberta; Caio Callegari, do projeto Faz Diferença; o deputado federal Roberto de Lucena (PV-SP); e os jornalistas Hélio Doyle e Sylvio Costa, fundador do Congresso em Foco.
Idealizador do projeto Brasil 2030, o gestor público federal e ativista do terceiro setor André Rafael entende que os objetivos definidos na Constituição Federal podem não apenas ajudar a pavimentar as saídas da atual crise política brasileira como também contribuir para enfrentar problemas históricos do país.
Publicidade“O direcionamento estabelecido pela Constituição pode iluminar as decisões que precisamos tomar para restaurar a confiança nas instituições e recolocar o Brasil no caminho do desenvolvimento tão almejado pela sociedade. Qualquer diálogo sincero de compromisso com a República deve partir desses quatro objetivos estabelecidos na Constituição”, afirma ele.
A organização do evento está a cargo da Publicae, empresa júnior da UnB voltada para consultoria em políticas públicas e gestão governamental. O projeto tem o patrocínio da Editora Meia Um, do Manual de Guerrilha do Servidor Público e da célula do projeto Brasil 2030 que funciona em Ouro Branco (MG). Apoiam o projeto UnB, Observatório Social de Brasília, Agenda Pública, Café com Política e Visão Mundial.
Olavo Santana, diretor da Publicae e estudante de Gestão de Políticas Públicas na UnB, destaca que o 1º Congresso Brasil 2030 – nome oficial do evento – colocará frente a frente pessoas que em instâncias diferentes e com visões de mundo por vezes divergentes desenvolvem ações que se complementam, mas que jamais atuaram de forma integrada.
“Precisávamos de um espaço onde essas pessoas pudessem se encontrar e alinhar expectativas, encaminhar parcerias. Que espaço melhor do que a universidade? Precisamos resgatar o espírito precursor das universidades, que não podem ficar isoladas em bolhas ideológicas. Esse é também o papel das empresas júniores: ser uma ponte entre a academia e o mundo profissional, integrando e fortalecendo espaços. Criando elos”, diz Olavo.
O Congresso em Foco aceitou ser parceiro na divulgação do evento pela mesma razão que o levou a lançar o projeto Diálogos Congresso em Foco, explica o fundador do site e revista homônimos, Sylvio Costa. “O jornalismo não pode ficar apenas assistindo os sonhos de 2013 se transformarem em um pesadelo cada vez mais assustador. A sensação geral é que a corrupção, a ineficiência dos serviços públicos, a ignorância e a violência pioram a cada dia. Não temos a menor pretensão de indicar rotas de fuga ou de fazer proselitismo político, mas queremos contribuir para discutir saídas. Sobretudo, estimulando o diálogo entre pessoas que pensam diferente e enfrentando a polarização selvagem que nos ajuda a levar pro fundo do poço.”
Ele esclarece que, ao contrário do que ocorreu com o Diálogos, o Congresso em Foco não participa da organização do 1º Congresso Brasil 2030. Apenas o apoia na divulgação.
Na terça-feira (21), o evento terá painéis simultâneos. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas aqui.
Veja a programação do evento:
20 de novembro de 2017 (segunda-feira)
18:00 Credenciamento
18:10 Brasil Democrático: Novos formatos de inserção política
Mediação: Vinícius Sousa – Café com Política
Tom Barros – Raps-DF
Anjuli – Psol
Alexandre Guerra – Partido Novo
19:00 Abertura (Auditório Verde) - Apresentação do 1º Congresso Brasil 2030
Participantes: Autoridades e Representantes dos organizadores.
– Representante UnB
– Rodrigo Rollemberg – Governador do DF
– Leany Lemos – Secretária Planejamento GDF
– Pedro Calazans – Diretor-Presidente da Publicae
– André Rafael – Brasil 2030
– Sylvio Costa – Congresso em Foco
19:45 Mesa Redonda (Auditório Verde)
- Os 4 objetivos fundamentais da República
Participantes:
– Anfitriões: André Rafael, Pedro Calazans e Professora Sheila
– 1) Ciro Gomes
– 2) Representante Rede Sustentabilidade
– 3) Cezar Britto (Ex- Presidente OAB)
– 4) Flávia Gianini – Jornalista
– 5) Melina Risso – Movimento Agora!
– 6) Gustavo Henrique Maultasch de Oliveira – Livres
21:45 Encerramento e Coffee-Break
21 de novembro de 2017 (terça-feira)
9:00 | Credenciamento
10:00 | Mesa Redonda (Auditório Verde) – Perspectivas para um Brasil desenvolvido: Economia, Política e Ciência
Participantes:
– Wellington Lourenço de Almeida – FAP-DF
– Leandro Couto – Assecor
– Bruno Quick – Sebrae
– Thiago Camargo, Secretário de Política de Informática do MCTIC
10:00 | Vitrine Ouro Branco 2030 - Guilherme Schulz
Vitrine Em definição
10:10 | Debate (Auditório Azul) - Gestão, Cidades Inteligentes e Sustentabilidade
Participantes:
– Em definição
– Wagner Martins – Fiocruz
– Leany Lemos – Sec. Planejamento GDF
– Gilberto Perre – Secretário Executivo da Frente Nacional de Prefeitos
12:00 | Intervalo para Almoço
14:00 | Mesa Redonda (Auditório Verde) – Perspectivas para um Brasil integrado: Infraestrutura, Regionalismo e Empreendedorismo
Participantes:
– Ricardo Karam – IPEA
– Ariel Pares – Ex- Secretário de Planejamento e Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento
– Roberto Ellery – Professor de Economia e ex-Diretor da FACE
– Humberto Ribeiro – Confederação Nacional de Serviços (CNS)
14:00 | Mesa Redonda (Auditório Azul) – Perspectivas para um Brasil mais igualitário: Educação, Cidadania e Reforma Tributária
Participantes:
– Mediação: Helber Vieira – Associação Servidores INEP
– Caio Callegari – Faz diferença
– Gabriel Correa – Todos pela Educação
– Pedro Garrido, Consultor Legislativo da Câmara Federal
– Em definição
16:00 | Intervalo
16:15 | Vitrine
Dinâmica: Algum parceiro tem 10 minutos para expor brevemente a atuação de sua entidade ou resultados alcançados pela sua organização acerca de um tema que esteja incluído na temática do Congresso.
– Em definição
16:30 | Mesa Redonda (Auditório Verde) – Perspectivas para um Brasil justo: Segurança Pública, Direito e Justiça
Participantes:
– Gabriel Sampaio – ex-Secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça
– Isabel Figueiredo – Fórum Brasileiro de Segurança Pública
– Rômulo Neves – Diplomata
– Marivaldo – Ex- Secretário Executivo do Ministério da Justiça
16:30 | Debate (Auditório Azul) – Construindo um país de todos: Democracia, Igualdade de Gênero e Diversidade no Brasil
Participantes:
– Sylvio Costa (Congresso em Foco)
– Professora Olgamir – Decanato de Extensão UNB
– Em definição – Em definição
18:00 | Intervalo para Lanche
19:30 | Debate (Auditório Azul) – Construindo um Brasil solidário: Ações públicas não estatais e Estado Laico
Participantes:
– Mediação: Everardo – Brasília, Cidade Aberta
– Deputado Roberto Lucena
– Em definição
– Representante Visão Mundial
19:30 | Mesa Redonda (Auditório Verde) – Perspectivas para um Brasil livre: Ética, Moral e Combate à Corrupção
Participantes:
– Mediação: Hélio Doyle
– Priscila Pereira – Instituto Millenium
– Senador João Capiberibe
– Julio Marcelo – Muda TC
21:00 | Vitrine
Dinâmica: Algum parceiro tem 10 minutos para expor brevemente a atuação de sua entidade ou resultados alcançados pela sua organização acerca de um tema que esteja incluído na temática do Congresso.
– Representante Observatório Social do Brasil
21:10 | Mesa de Encerramento e Desafio - 2018: Um pedaço do caminho até 2030
Participantes:
– Sheila Tolentino – Professora do Departamento de Gestão de Políticas Públicas da UnB
– Representantes Brasil 2030 e Organizadores
– Patrocinadores
Dinâmica: Ressaltar a importância e a necessidade de uma perspectiva de longo prazo para o Brasil. Podemos pensar em 2030, mas 2018 é um ano onde precisamos tomar decisões importantes para o nosso futuro. O desafio: Em 2018, no 2º Congresso Brasil 2030, ao perguntar o que fizemos nesse período de um ano para alcançar o que queremos do Brasil em 2030, o que você gostaria de responder? Vamos tentar fazer isso?
21:30 | Coffee-Break e Encaminhamentos - Caminhos a serem trilhados
Participantes: – Todos os organizadores e congressistas Dinâmica: – Painéis de Networking. – Encaminhamentos do Congresso de ações a serem executadas conjuntamente pelas entidades participantes.
<< Representantes da sociedade entregam a Rodrigo Maia propostas contra a crise
Importante se em primeiro lugar algum segmento envolvido não abrir mão do “voto não obrigatório”, pois votar é direito, jamais uma obrigação. Em segundo lugar, acabar com todo tipo de coligação de quadrilh digo, partidos em todas as esferas de (des)governo tanto no Legislativo quanto no Executivo. Terceiro, eliminar radicalmente as asquerosas “Emendas Parlamentares”, pois parlamentar existe para “fiscalizar rigorosamente o Executivo e propor projetos de Lei que atendam as necessidades da sociedade”, só. O parlamentar não tem nada que por a mão em grana, existem os Ministérios, Secretarias, Departamentos, Setores, enfim uma montanha de entidades Federais, Estaduais e Municipais para isso, Parlamentar só fiscaliza se está realmente tudo acontecendo rigorosamente dentro dos prazos previstos e principalmente quanto ao custo na execução de qualquer Obra Pública ou Serviço Contratado. Acabar com essa pouca vergonha de 13º salário e férias para Cargos Eletivos, pois exercer um mandato nunca foi, não é e nnca será uma PROFISSÃO. Que criem vergonha na cara e honrem as calças que vestem e principalmente o alto salário que os contribuintes lhes pagam!.
Eu também era a favor do fim do voto obrigatório e ainda acredito nos mesmos fundamentos que você menciona, porém, após ler o livro “O Nobre Deputado”, do juiz eleitoral Marlon Reis, compreendi porque não podemos, ainda, abolir o voto obrigatório. A questão é simples: o voto de cabresto ainda é prática MUITO comum (quase a regra, em certos locais). O fim do voto obrigatório agravaria ainda mais essa situação, por diversos motivos que o próprio livro – que recomendo – esclarece.
A partir do momento em que o eleitor vote “no cabresto”, isso é uma infração, cabendo punição rigorosíssima ao cooptante ou seja: ao candidato ou seu cabo eleitoral ou melhor, seu puxa saco e punir também a sigla partidária por abrigar o candidato patife. Basta ter polícia investigativa altamente preparada e em pouco tempo teremos evoluído bastante.
Acredito eu que a solução para acabar pouca vergonha com o voto nas eleições, seria o voto distrital, o candidato estaria ali constantemente com os seus eleitores e os eleitores teriam mais condições de conhecê-lo e ele por estar sobre o olhar do seu eleitor iria pensar duas vezes antes fazer alguma falcatrua.
Evento importantíssimo. Acredito que a próxima gestão federal deveria atacar duas propostas para solução de diversas mazelas brasileiras, sendo a primeira o fim da impunidade “todos são iguais perante a Lei”, a segunda o fim dos super-salários e mordomias nos poderes Executivos, Legislativos e Judiciário. Pensem no impacto destas propostas.