O presidente da França, Emannuel Macron, defendeu nesta quinta-feira (22) que a cúpula do G7, grupo formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos França, Itália, Japão e Reino Unido, discuta os incêndios na região Amazônica. Em uma mensagem nas redes sociais, Macron publicou foto de uma queimada da floresta que é o pulmão do mundo. Ele definiu a situação como “emergência”.
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“Nossa casa está queimando. Literalmente. A floresta amazônica, pulmão que produz 20% do oxigênio do nosso planeta, está em chamas. Isso é uma crise internacional. Membros do G7, vamos discutir essa emergência de primeira ordem em dois dias”, afirmou o francês, que já entrou em atrito com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) por questões ambientais. O próximo encontro do G7 será realizado neste fim de semana, em Biarritz (França).
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Our house is burning. Literally. The Amazon rain forest – the lungs which produces 20% of our planet’s oxygen – is on fire. It is an international crisis. Members of the G7 Summit, let’s discuss this emergency first order in two days! #ActForTheAmazon pic.twitter.com/dogOJj9big
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) August 22, 2019
Mais cedo, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, mostrou preocupação com os incêndios na floresta e pediu proteção a uma das maiores fontes de oxigênio e biodiversidade. “Em meio à crise climática global, não podemos permitir mais danos a essa grande fonte de oxigênio e biodiversidade. A Amazônia precisa ser protegida”, escreveu Guterres em sua conta no Twitter.
I’m deeply concerned by the fires in the Amazon rainforest. In the midst of the global climate crisis, we cannot afford more damage to a major source of oxygen and biodiversity.
The Amazon must be protected.
— António Guterres (@antonioguterres) August 22, 2019
A crítica do presidente francês é novo capítulo na relação conturbada com Bolsonaro. A relação começou a azedar durante reunião do G20, realizada em junho, em Osaka, no Japão. Inicialmente, constava na agenda de Bolsonaro uma reunião bilateral com Macron. Mas a delegação do francês previa apenas uma breve conversa informal.
No Brasil, passada a reunião do G20, Bolsonaro criticou a Alemanha e a França sobre questões ambientais, alegando falta de autoridade de Macron e da primeira-ministra Angela Merkel para discutir o tema com o Brasil.
Além deles, a cantora Madonna criticou nas redes sociais a política ambiental do governo Bolsonaro, arranhando ainda mais a imagem do Brasil no exterior.
The Fires Are Raging and The Amazonia continues to burn………This is a devastation to Brazil—to the indigenous people who live there and the-plant and animal species that make this the most important bio-diverse Forest!!! President Bolsonaro please… https://t.co/YbxldYw8HY pic.twitter.com/lex4UIwHcg
— Madonna (@Madonna) August 22, 2019
Barreira ao crescimento
Nesta quinta-feira (22), o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que europeus usam o meio ambiente para estabelecer barreiras para o crescimento do Brasil, numa forma de confrontar os princípios capitalistas. “A gente não tem que dar guarida para conversa fiada de quem quer impedir que o Brasil comercialize”, disse Onyx.
Em evento em São Paulo, o ministro chamou de mentirosas as denúncias de organizações europeias e defendeu que o Brasil não desmata “no índice que é dito”.
“Por que eles têm tanto interesse em criar dificuldades ao Brasil? O Brasil é o grande competidor em commodities, é o grande competidor em bens minerais e é o último grande repositório da humanidade em biodiversidade”, disse.
Ataque às ONGs
Na quarta-feira (21), Bolsonaro insinuou, sem apresentar nenhuma prova, que organizações não-governamentais (ONGs) incitam o desmatamento e a queimada na região Norte. Era uma crítica aos dados do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que mostram um aumento de 83% no número de incêndios florestais no Brasil entre 1º de janeiro e 19 de agosto de 2019 e o mesmo período do ano passado, que saltou de 39.759 para 72.843 queimadas no país.
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