As reformas administrativa e tributária têm pela frente um novo desafio após o presidente Jair Bolsonaro compartilhar um vídeo convocando a população para um ato contra o Congresso Nacional no próximo dia 15.
O tom adotado por deputados e senadores ouvidos pelo Congresso em Foco e por aqueles que se manifestaram nas redes sociais é de crítica, mas com certa cautela. O cenário é de incerteza e preocupação com os desdobramentos da crise no Congresso, mas a dimensão desse episódio deve ser mais bem avaliada nos próximos dias, inclusive com novos pronunciamentos de Bolsonaro sobre o assunto e a volta dos congressistas a Brasília.
Este conteúdo foi publicado antes no Congresso em Foco Premium, serviço exclusivo de informações sobre política e economia do Congresso em Foco. Para assinar, entre em contato: comercial@congressoemfoco.com.br.
O futuro das reformas dependerá mais do que nunca dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que terão de apagar o incêndio provocado por Bolsonaro. O entendimento de congressistas próximos a Maia e Davi é de que os dois tentarão blindar a agenda econômica, reforçando ainda mais o discurso que já vinham propagado de que as reformas são obra do Congresso, apesar do Palácio do Planalto.
Leia também
Membros da equipe econômica do governo federal reforçaram a incerteza que paira especialmente sobre a reforma administrativa, que é um projeto gestado no Executivo e depende, portanto, de diálogo entre os poderes. O texto que altera o regime do serviço público já foi assinado pelo presidente e, diferentemente do que disseram Bolsonaro e líderes do governo no Congresso, ainda não há data definida para envio do texto à Câmara.
No entanto, essa incerteza sobre o futuro da reforma administrativa já vinha desde antes do apoio dado por Bolsonaro aos atos anti-Congresso. Uma fonte do Ministério da Economia não soube precisar a influência do ato de Bolsonaro sobre a PEC da reforma administrativa, mas disse esperar que não atrapalhe a entrega da proposta de emenda constitucional.
> Líder do DEM diz ser difícil aprovar reforma administrativa em 2020
Calendário mantido
O presidente da comissão mista da reforma tributária, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), disse que vai manter o calendário de funcionamento do grupo que quer unir os textos da Câmara e do Senado. A primeira reunião será na próxima terça-feira (3) e a previsão é que a comissão funcione durante 45 dias.
“Não é porque o governo precisa [da reforma tributária] que vamos usar isso como uma moeda de troca. Mesmo na Câmara, com desvantagem [no número de indicados para comissão], não deixaram de apresentar. Os líderes estão com muita vontade de fazer com que seja um novo capítulo do sistema tributário”, disse o vice-presidente da comissão mista, deputado Hildo Rocha (MDB-MA), vice-líder de uma bancada que reúne nove partidos.
A demora no envio das reformas tributária e administrativa, que já incomodava congressistas, deve ser usada como mote para fortalecer o protagonismo do Congresso com as reformas. Líderes partidários e informais querem se reunir com Maia e Davi para cobrar uma resposta firme das duas Casas.
O presidente do Senado antecipou sua volta e Brasília e deve reunir líderes ainda nesta semana.
> Governista aposta em reunião de líderes para amenizar atrito com Congresso
Maia x Bolsonaro
A tendência é que Maia tente esvaziar ainda mais o papel do presidente da República, que também comprou briga com aliados ao sinalizar apoio aos atos contra Câmara e Senado. Bolsonaro, que protagonizou uma semana de tensão com o ministro da Economia, Paulo Guedes, terá de reverter as cinzas que espalhou pelo Congresso na véspera da quarta-feira de Carnaval.
O presidente nacional do Solidariedade e um dos principais representantes do Centrão, deputado Paulinho da Força (SP), minimizou o apoio dado pelo presidente aos protestos contra o Congresso Nacional.
O deputado, que é um dos fundadores da Força Sindical, afirmou que há um consenso para que a reforma tributária seja aprovada. Segundo ele, o governo vai honrar o acordo sobre orçamento impositivo estopim da declaração do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de que o Congresso está chantageando o Executivo. O deputado demonstrou contrariedade com a reforma administrativa.
“Eu não acredito em reforma administrativa. A reforma tributária todo mundo quer fazer, então vamos trabalhar na tributária. Essa administrativa o governo vai ter que se penalizar muito para poder aprovar isso no Congresso. Eu, particularmente, sou contrário a essa questão agora e vou trabalhar contrário a isso no Congresso”, disse Paulinho.
Acordo no orçamento
O deputado acredita que o acordo sobre orçamento impositivo, que deu mais poder a deputados e senadores na destinação de verbas, está mantido.
“Fizemos um acordo com o governo, até agora no meu ponto de vista o acordo está mantido, que é manter alguns vetos e derrubar outros e o governo mandaria uma proposta e ficaria com R$ 11 bilhões. Esse é o acordo que temos com o general Ramos e vamos manter, vamos fazer isso no Congresso”.
O orçamento impositivo também é defendido por outro importante representante do Centrão, o líder do PP, deputado Arthur Lira (AL). “A mudança dará mais efetividade na aplicação dos recursos, com maior transparência e fiscalização, já que o parlamentar está em contato direto com o cidadão”, disse em nota divulgada nas redes sociais.
A alteração no Orçamento é um dos principais motivos para os manifestantes convocarem protestos contra o Poder Legislativo.
A presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), disse ao Congresso em Foco que manterá o mesmo o calendário de votações das propostas de emenda à Constituição do Plano Mais Brasil, que cria regras de contenção de despesas públicas. De acordo com ela, está mantida a votação do relatório da PEC dos Fundos para a próxima quarta-feira (4).
> Saiba quais são as medidas do pacote pós-Previdência de Paulo Guedes
O BRASIL SERIA UM PAÍS MUITO, MUITO MELHOR E MAIS DESENVOLVIDO SE NÃO HOUVESSE TANTO BANDIDO, CORRUPTO, LADRÃO E LESA PATRIA NO CONGRESSO NACIONAL, LÁ A BANDIDAGEM SÓ PENSA EM ESPOLIAR, USURPAR E ROUBAR A PÁTRIA E O ERÁRIO PÚBLICO EM BENEFÍCIO PRÓPRIO E DOS COMPARSAS E ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS (PARTIDOS) A QUAIS PERTENCEM. É PRECISO DAR UM BASTA E SEPARAR O JOIO DO TRIGO OU O BRASIL JAMAIS SE LIBERTARÁ DAS GARRAS DESTES CANALHAS…
O Governo tem apenas 6% do Orçamento prá investimentos,algo em torno de 140 bilhoes. e vem o fantástico Congresso de larápios e tentam surrupiar 30 bilhões !!!!…fora disso o Pres. está nas mãos do Tribunal de Contas,nos mesmos moldes das pedaladas da Dilma, e ele já disse que não fará o que ela fez!!!…Diante disso fica fácil entender o porque do Pres. apoiara s manifestações!!!…Esse Congresso merece ser expurgado na maioria de seus membros,não fechado!!! !!!
Para haver esse expurgo e separar o joio do trigo, tem que ser fechado temporariamente e criada uma nova constituição cidadã e não a que está ai, feita por bandidos para bandidos.
E segue o baile sinistro no velho Quartel de Abrantes da política suja do Brasil. ..até quando iremos ter que pagar impostos para financiar os inimigos da nação no CN não é mesmo? Pobre Brasil