A líder da Minoria na Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), anunciou nesta quinta-feira (13) pelo Twitter que vai recorrer contra a decisão que permitiu a renomeação do jornalista Sérgio Camargo para a presidência da Fundação Palmares.
> Eduardo Bolsonaro critica jornalista com insinuações sexuais
Nós, da Liderança da Minoria na Câmara, vamos recorrer da derrubada da liminar que trouxe o sr. Sergio Camargo novamente para a Fundação Palmares.
A Fundação Palmares não pode ter na sua presidência um RACISTA. Alguém que nega o quilombo, Zumbi, a escravidão histórica.
Publicidade— Jandira Feghali (@jandira_feghali) February 13, 2020
O anúncio ocorre após o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio Noronha, reverter uma decisão da 18ª Vara Federal da Seção Judiciária do Ceará, que determinou a suspensão da nomeação em 11 de dezembro.
Neste ínterim, o responsável pela Secretaria de Cultura, da qual a Fundação Palmares faz parte, mudou, com a demissão do dramaturgo Roberto Alvim, após um discurso com referências nazistas. Por isso, a decisão de readmitir Camargo no posto passará pelo atual secretário da área – na prática, a atriz Regina Duarte, apesar de não ter sido nomeada ainda.
Nesta manhã, o presidente Bolsonaro afirmou que Camargo voltará para a fundação. “Eu acho que o garoto [Sérgio Camargo], que foi liberado ontem, é uma excelente pessoa”, afirmou o presidente.
A nomeação do jornalista para a presidência da instituição, cujo objetivo é resguardar a cultura da população negra, ocorreu em 27 de outubro. Mas virou alvo de críticas após usar as redes sociais para relativizar a existência do racismo. Camargo disse que “negro de esquerda é burro, é escravo” e soltou a seguinte afirmação: “Negros sempre ESCRAVIZARAM negros. Escravizam até hoje na África. Quer reparação histórica? Vá cobrar no Congo! Boa sorte!”.
Em 4 de dezembro, o juiz Emanuel José Matias Guerra decidiu suspender a indicação de Sérgio Nascimento de Camargo para a presidência da Fundação, por entender que a nomeação “contraria frontalmente” o objetivo da instituição.
A medida foi criticada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele afirmou, na época, que iria reconduzi-lo ao cargo, caso o recurso impetrado pela Advocacia-Geral da União fosse acolhido – como ocorreu.
> Tenha a melhor cobertura do Congresso de graça no seu Whatsapp
O cargo é de livre nomeação, conforme reza a Constituição do Brasil. Torço para que o presidente, renomeie, o mais rápido possível o Sérgio Camargo, pois ele me representa. Quem fala a verdade, não merece castigo. No Brasil, teve inclusive um riquíssimo negro, agraciado com o título de barão.E tinha centenas de escravos.Mesmo após a abolição, a escravatura continuou por muitos anos mais.E ainda existe, sob o eufemismo “situação análoga à escravidão”. A Fundação Palmares continuará a representar os negros do Brasil, do mesmo jeito. E o melhor. Sem a visão vitimista, sem o viés da Jandira Feghalli, de outros petistas, pecebistas, psolistas e outros comunistas..
A regina não vem, ou quer receber o mês de fevereiro ainda da Globo? Ela teria que decidir sobre a nomeação do camargo.