O líder da oposição na Câmara, deputado André Figueiredo (PDT-CE), disse ao Congresso em Foco que vai protocolar na Casa Legislativa um pedido de convocação (íntegra) do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
A medida precisa ser aprovada em votação pelos deputados e é tomada para que o Itamaraty se pronuncie sobre o ataque feito pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) à China, principal parceiro comercial do Brasil. O país foi acusado pelo filho do presidente de causar a pandemia do coronavírus.
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Figueiredo, no entanto, descarta representação no Conselho de Ética da Câmara contra Eduardo. “Não creio nesse caso, mas a omissão do Itamaraty depois de demandado pelo embaixador da China, aí sim podemos agir. Estamos preparando a convocação do ministro para o Plenário”.
Na noite de quarta-feira (18), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu desculpas ao governo chinês. O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, cobrou retratação de Eduardo e disse que as declarações dele ferem a relação amistosa entre os dois países.
Agronegócio
O presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB-RS), não se mostrou preocupado em relação ao atrito causado pelo deputado Eduardo Bolsonaro com a China.
“A importância da mensagem produzida está diretamente relacionada com quem produziu, neste momento com pouca credibilidade”, disse ao Congresso em Foco.
O país asiático é um importante parceiro comercial no Brasil, sobretudo no mercado agropecuário. A Embaixada da China no Brasil reagiu à declaração de Eduardo de que o país causou propositalmente a pandemia do coronavírus e disse que ele “contraiu vírus mental”.
A FPA também se manifestou por meio de nota, na qual ressalta a importância do mercado chinês para o Brasil:
A Frente Parlamentar da Agropecuária, composta por quase 300 parlamentares do Congresso Nacional, deseja manter no mais alto nível as relações bilaterais entre Brasil e China, lembrando que declarações isoladas não representam o sentimento da nação ou de qualquer setor.
A China é parceira de longos anos do Brasil com quem temos excelente relação comercial e de amizade. Fica aqui também o nosso mais profundo desejo de união para combatermos o novo Coronavírus juntos, sem maiores prejuízos à vida humana e às relações internacionais globais.