O líder do MDB no Senado Federal, Eduardo Braga (AM), disse que o partido não se preocupa se vai ser mantida a liderança do governo com Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
“Não foi o partido que pleiteou a liderança do governo, isso é uma escolha do presidente, já fui líder de governo. É uma escolha pessoal”, disse em entrevista ao Congresso em Foco.
O governo federal avalia se mantém o senador Fernando Bezerra como líder do governo no Senado. Na manhã desta quinta-feira (19), o emedebista deixou o cargo à disposição em conversa com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
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“Tomei a iniciativa de colocar à disposição o cargo de líder do governo para que o governo possa ao longo dos próximos dias fazer uma avaliação se não é o momento de fazer uma nova escolha ou não. Esse é um julgamento e juízo que será feito pelo presidente, pelo ministro chefe da Casa Civil e pelo ministro da Secretaria de Governo”, disse Bezerra a jornalistas.
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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse na noite de quinta-feira a jornalistas no Senado que conversou com Onyx e que o presidente Jair Bolsonaro só vai decidir se mantém ou não Bezerra no cargo na próxima semana.
A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao senador do MDB e seu filho, o deputado federal Fernando Coelho Filho (DEM-PE).
Os gabinetes dos dois no Senado e na Câmara dos Deputados foram alvo de buscas. A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso.
Em nota, a Polícia Federal confirma a deflagração da Operação Desintegração iniciada nesta quinta, com participação de 220 policiais, para cumprir 52 mandados, “com o propósito de desarticular um esquema criminoso de pagamentos de vantagens indevidas, por parte das empreiteiras, em favor de autoridades públicas”, diz a nota da PF sem citar nomes.
Na entrevista ao Congresso em Foco, Eduardo Braga também comentou sobre seu relatório na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) favorável à indicação de Augusto Aras para procurador-geral da República e sobre as eleições para presidente do MDB, que acontecerão no próximo dia 6 de outubro.
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Braga já foi ministro de Minas e Energia, prefeito de Manaus e governador do Amazonas.
O emedebista está em seu segundo mandato como senador. Entre 2012 e 2014 foi líder do governo no Senado da então presidente Dilma Rousseff (PT).
Leia a íntegra da entrevista:
Congresso em Foco: o senhor conversou com o presidente Davi Alcolumbre e com o Fernando Bezerra sobre a busca e apreensão?
Eduardo Braga: Estamos todos surpresos pelo fato de o ministro ter dado essa decisão tendo a Procuradoria Geral dito que não havia razões para isso. Falei com ele, ele está tranquilo, como todo homem público tem que estar. Acho que é parte da vida pública você estar permanentemente sob investigação.
O partido tem receio de perder a liderança do governo no Senado?
Não foi o partido que pleiteou a liderança do governo, isso é uma escolha do presidente, já fui líder de governo. É uma escolha pessoal. Nós estamos muito tranquilos, é uma decisão que compete ao presidente.
A expectativa é seu relatórios sobre Augusto Aras seja aprovado por ampla maioria na CCJ?
Ampla maioria.
Tem estimativa de quantos votos?
Não dá para saber, está me fazendo uma pergunta muito difícil.
Quem o senhor apoia para presidente nacional do MDB?
Vamos ter uma reunião na semana que vem para definir com a bancada a nossa posição. Na realidade estamos construindo uma candidatura única há algum tempo, defendendo que não deveria haver disputa porque o partido precisa de uma renovação, precisa de unidade partidária para que nós restabeleçamos uma série de lutas que o MDB historicamente sempre teve, identificado inclusive com a vontade popular e que o PMDB, MDB, ainda tenho esse cacoete de chamar de PMDB, volte a se identificar com essa essência sua.
Baleia Rossi seria essa candidatura?
Não é a candidatura do Baleia, precisa saber como é a composição da chapa. A partir da chapa composta, nós defendemos candidatura única
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