O Congresso em Foco ouviu deputados e senadores membros da comissão especial da reforma tributária. Eles deram a opinião sobre o impacto da entrada do ministro da Economia, Paulo Guedes, no debate político sobre a iniciativa. O grupo é presidido pelo senador Roberto Rocha (PSDB-SP) e relatado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
A maioria se disse otimista e avaliou como positiva a participação do ministro, que vai ser ouvido pela comissão na quarta-feira (5). No entanto, alguns são céticos, como o líder do PSL e subrelator da comissão, senador Major Olimpio (SP). “Ele vai como Chacrinha : eu não estou aqui para explicar, mas para complicar”.
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O deputado Luís Miranda (DEM-DF) vê com bons olhos a ida do ministro e disse que ela vai ajudar a dar o foco do que deve ser aprovado na reforma. O deputado disse ser contrário a ideia de uma nova CPMF e afirmou que Guedes vai ser pressionado caso resolva debater a iniciativa.
“Ouvi algumas pessoas dizendo que ele vai querer fortalecer o assunto da CPMF, é um direito dele, democrático. É bom que se for de fato isso, já podemos matar o assunto ali mesmo, na primeira reunião ele sente a pressão se vai ter espaço para isso ou não e partimos para o mais importante que é a aprovação da PEC no seu todo”.
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O líder da minoria no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), também disse que a ida de Guedes vai servir para descartar a ideia da CPMF. “É um primeiro passo. Pelo menos ficará clara quais ideias não podem prosperar, esta que o ministro está defendendo que implica em mais impostos”.
O senador Jaques Wagner (PT-BA) vê com indiferença a participação de Guedes nas discussões. “Na minha opinião não muda, a interlocução dele não é das melhores”.
O deputado Tadeu Alencar (PSB-PE) afirmou que, independente da atuação do ministro, o Congresso demonstra vontade de fazer a matéria andar. “Acho que o tema vai ganhar impulso. A ida do ministro reforça isso, mas o Parlamento, parece-me, já decidiu levar a tarefa a termo”.
O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) disse que a ida do ministro ajuda a reforma e é importante. O deputado Alexis Fonteyne (Novo-SP) destacou o fato da comissão ter voltado a funcionar na semana passada e disse que “com certeza” a participação de Paulo Guedes ajudará na tramitação.
O ministro enviou há duas semanas a primeira parte das sugestões do governo sobre a reforma, a que unifica impostos federais sobre consumo em um único tributo. Ainda faltam ser enviados os textos que tratam de impostos sobre produtos industrializados, Imposto de Renda e desoneração da folha de pagamento com a criação de um tributo sobre transações.
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Um IMPOSTO SOBRE PAGAMENTO com alíquota de 1% em SUBSTITUIÇÃO ao
DESCONTO PREVIDENCIÁRIO dos TRABALHADORES que pagam de 7,5% a 14%, em
SUBSTITUIÇÃO a contribuição previdenciário dos empregadores que pagam de
5% a 20% e em SUBSTITUIÇÃO ao FGTS que os empregadores pagam 8% sobre a
folha de pagamento = ganha os trabalhadores com aumento salarial de
6,5% a 13%. Ganha os empregadores com a desoneração da folha de
pagamentos e ganha e muito o governo com bilhões que entrarão na
economia pelo aumento salarial dos trabalhadores trazendo mais emprego,
renda e impostos.