O presidente da CPMI das Fake News, senador Angelo Coronel (PSD-BA), afirmou que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, agiu certo ao deflagrar nesta quarta-feira (27), uma operação da Polícia Federal para o cumprimento de mandados judiciais contra empresários, parlamentares e blogueiros que investiga a criação e propagação de notícias falsas.
“Nós temos que trabalhar para acabar com essas fake news que dilaceram famílias e atacam as honras e instituições”, pontuou o senador. Parada desde o início da pandemia, os fatos de hoje não devem interferir na continuidade da CPMI. “Não abala o trabalho em nada, muito pelo contrário. Temos de somar os esforços, tanto o do ministro Alexandre de Moraes, quanto os nossos. Coincidentemente, os alvos da ação desta quarta-feira são também de pessoas investigadas pela CPMI”, dispara Angelo Coronel.
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Segundo o senador, a comissão mista está no mesmo foco das revelações do ministro e o objetivo agora, diz, é conseguir a quebra do sigilo dos investigados para que tenham acesso à possíveis provas.
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Mesmo com os desdobramentos de hoje, Angelo Coronel não acredita que as reuniões da CPMI devam voltar a acontecer tão cedo. “Questionei o presidente David [Alcolumbre, presidente do Senado] no mês passado a respeito de dotar a comissão de uma estrutura remota para votar pelo menos o requerimento de quebra de sigilo, mas o presidente disse que, no momento, o Senado não tinha como colocar essa estrutura porque havia outras comissões pedindo também. Como a CPMI foi prorrogada por mais 180 dias vamos ter de esperar essas votações de requerimento e de novas oitivas para o retorno presencial, mas enquanto isso continuamos as nossas investigações independentemente de termos sessão presencial”, garante.
Sobre a decisão do procurado-geral da República, Augusto Aras, de suspender o inquérito das fake news, Angelo Coronel diz se tratar de uma “uma questão jurídica”. “Prefiro não opinar, isso é questão de interpretação e prefiro não entrar nessa seara, eu digo que os poderes tem de ser harmônicos e independentes”, conclui.
A deputada Lídice da Mata (PSB-BA), relatora da CPMI das fakes news, divulgou nota onde reforça a fala do senador Angelo Coronel. Leia a íntegra:
“A Operação de hoje, realizada pela Polícia Federal, com base em despachos de busca e apreensão de inquérito do STF, converge e comprova a linha de investigação da CPMI das Fake News no Congresso Nacional.
As ações promovidas pela Operação da PF, reafirmam o que já era conhecido pelos membros da CPMI através de depoimentos e documentos recebidos pela Comissão: uma rede financiada por alguns empresários e com recursos públicos – integrada por vários políticos e agentes públicos – para disseminação de informações falsas no Brasil com o objetivo de manchar biografias, espalhar o caos e o medo e influenciar pleitos eleitorais.
Vamos aguardar com atenção e serenidade os desdobramentos da Operação.
Teremos agora importantes novos elementos que nos ajudarão a desmontar essa rede de ódio, inverdades e impunidade que vem ameaçando o própria existência da democracia e dominando a política nacional desde as eleições presidenciais de 2018.
Já solicitamos ao STF provas e informações que estão sendo colhidas no dia de hoje.
A CPMI irá juntar aos documentos que já possui e, certamente, serão fundamentais para instruir nossas investigações.”
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