“O que foi do meu conhecimento é que absolutamente ninguém interferiu na decisão do presidente da República para a minha indicação para o Supremo Tribunal Federal”, disse o desembargador Kassio Nunes Marques ao responder pergunta do senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR). “O que chega no meu conhecimento é que essa decisão foi própria do presidente”, complementou Kassio.
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O senador havia questionado se a indicação foi conduzida pelas mãos do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do advogado Frederick Wassef, além do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que é do mesmo estado do indicado. “Acho isso absolutamente normal, não estou criticando. É assim mesmo que nós tomamos decisões, ouvindo as pessoas em quem confiamos”, disse ele pedindo esclarecimentos.
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“Esse processo político não foi desencadeado agora. Eu já vinha fazendo um trabalho desde 2015”, disse ele ao comentar sobre a vaga no STJ que estava pleiteando quando Bolsonaro decidiu indicá-lo ao STF. “Eu vinha sim fazendo uma apresentação para a República, só que com outro objetivo”, admitiu.
Kassio Nunes foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro no fim de setembro para a vaga do então decano da corte, Celso de Mello, que se aposentou em outubro. O nome do desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) foi recebido com surpresa, inclusive por aliados, mas foi bem aceito por parlamentares do Centrão, e gerou críticas por parte da base bolsonarista, incluindo líderes religiosos e conservadores. Silas Malafaia chegou a entregar uma lista de juristas religiosos que poderiam ocupar a vaga. Outros movimentos cobravam a presença de um conservador no cargo.
A sabatina de Kassio na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) já dura cerca de oito horas. Após escrutínio dos senadores, será divulgado o resultado da votação no colegiado. O nome de Kassio ainda precisa ser votado no Plenário do Senado, o que deve ocorrer ainda hoje. Para ser aprovado, são necessários os votos de 41 dos 81 senadores.
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