O ministro da Justiça André Mendonça pediu que Polícia Federal investigue o sociólogo Tiago Costa Rodrigues e o microempresário Roberval Ferreira de Jesus. Eles são responsáveis pela confecção de outdoors afirmando que o presidente Jair Bolsonaro vale menos que um “pequi roído”, expressão que significa que é algo sem valor ou sem importância. As mensagens foram espalhadas em agosto do ano passado por avenidas de Palmas, capital do estado de Tocantins. As informações são do colunista Rubens Valente do Uol.
O inquérito foi determinado em dezembro e aberto no dia 6 de janeiro pela Diretoria de Inteligência Policial (DIP) da direção-geral da Polícia Federal de Brasília, através da Divisão de Contrainteligência Policial. Nessa segunda-feira (15), a informação veio à público através de um texto publicado pelo Jornal do Tocantins de circulação local. A coluna também teve acesso aos documentos do inquérito.
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Segundo a coluna, o perfil de Rodrigues no Twitter foi monitorado pela DIP, que incluiu 12 postagens ao inquérito. O pedido do ministro Mendonça é na verdade a reabertura de inquérito feito a partir da denúncia realizada por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro, o empresário Celso Montoya Nogueira. O empresário foi candidato a vereador na cidade nas eleições de 2020 com o nome de “Montoya Bolsonaro” e não se elegeu.
Segundo a coluna, na denúncia, em agosto, Nogueira afirmou que as mensagens eram “desrespeitosas à figura do atual presidente da República” e que o direito à manifestação, no caso, “caracteriza abuso ao direito de crítica, extrapola o limite da censura e dá ensejo à anarquia”. E disse ainda que o ato é um “crime que lesa a pátria” e pediu que a empresa e Rodrigues fossem tipificados na Lei de Segurança Nacional.
Tiago Rodrigues afirmou à coluna que a intenção dos outdoors era fazer um contraponto a placas espalhadas pela cidade por bolsonaristas com mensagens de apoio ao presidente e criticar as ações “ineficazes” do governo durante a pandemia. O sociólogo fez uma vaquinha virtual para arrecadar o valor necessário e contratou duas placas que ficaram 30 dias em exposição. Uma dizia “cabra à toa, não vale um pequi roído. Palmas quer impeachment” e a outra “Aí, mente! Vaza Bolsonaro Tocantins quer paz”.
O Ministério da Justiça não respondeu aos questionamentos da coluna.
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