Com a saída de Nelson Teich do Ministério da Saúde, o governo deve publicar ainda nesta sexta-feira (15) a liberação do uso amplo da cloroquina no tratamento contra a covid-19. O texto deve ser assinada pelo general Eduardo Pazuello, ministro interino. Ainda não há detalhes sobre a medida, mas a expectativa é que ela facilite o acesso à substância, liberando o paciente da necessidade de prescrição médica
A informação foi confirmada pela ministra Damares Alves, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos durante coletiva ministerial na tarde desta sexta-feira (15).
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Segundo Damares, quem deixou o novo protocolo preparado foi Nelson Teich e as novas regras respeitarão o direito de escolha do paciente.
“O ministro Nelson deixou o Ministério por volta do meio-dia e deixou o protocolo, sinal que ele não era contra. Me parece que está sendo publicado agora no fim da tarde o protocolo”, afirmou.
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Na noite de sexta, o Ministério da Saúde divulgou a seguinte nota sobre o assunto:
PublicidadeO Ministério da Saúde está finalizando novas orientações de assistência aos pacientes com Covid-19. O objetivo é iniciar o tratamento antes do seu agravamento e necessidade de utilização de UTI (Unidades de Terapia Intensiva). Assim, o documento abrangerá o atendimento aos casos leves, sendo descritas as propostas de disponibilidade de medicamentos, equipamentos e estruturas, e profissionais capacitados. As orientações buscam dar suporte aos profissionais de saúde do SUS (Sistema Único de Saúdel) e acesso aos usuários mais vulneráveis às melhores práticas que estão sendo aplicadas no Brasil e no mundo.
Nesta sexta, Claudio Lottenberg, presidente do conselho do hospital Albert Eintein, que chegou a ser cotado para substituir Teich, queimou as pontes com o governo ao fazer duras críticas ao uso da cloroquina no tratamento da covid-19.
Segundo ele, é absurdo estender o uso do medicamento a todos os pacientes. “Isso é uma decisão médica, ela não é política. Estão politizando como se tivesse o time pró-cloroquina e o time contra cloroquina”, afirmou em entrevista à CNN Brasil nesta sexta-feira (15).
“Certamente que para a adoção de qualquer medicamento, nós temos que ter evidência científica e a evidência de que este medicamento tenha um papel positivo em relação ao quadro da covid não é verdadeira, por enquanto, pelo menos”, disse o médico do Albert Einstein. Para ele, continuará havendo choques entre ministros e o presidente se essa questão continuar premente.
Uma incógnita, com efeitos colaterais graves já comprovados… Qual médico que está na linha de frente assumirá uma responsabilidade desta? Médicos podem ser obrigados a quebrar seus próprios códigos de ética?