Um dia depois de o então secretário de Cultura, Roberto Alvim, classificar como uma “casca de banana” a frase nazista que provocou a sua demissão; o termo voltou ao vocabulário do governo. E, desta vez, foi o próprio presidente Jair Bolsonaro que reclamou das “cascas de banana”. Ele disse que esse é um tipo de problema que as pessoas costumam colocar na frente do seu governo e que, às vezes, gera “vítimas fatais”.
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“Não podemos esquecer que as cascas de banana não aparecem na tua frente do nada. Alguém coloca elas aí. E é comum isso acontecer no meu governo. A grande maioria a gente consegue desviar delas. Mas, de vez em quando, algumas fazem com que vítimas fatais apareçam”, afirmou Bolsonaro, sem, no entanto, fazer nenhuma referência explícita ao ex-secretário de Cultura.
O presidente falou sobre as “cascas de banana” do governo ao discursar em um evento do Aliança pelo Brasil em Brasília, mas logo emendou: “Nós temos que seguir nosso destino”.
Ele ainda disse que sabia que não seria fácil comandar o país. Mas disse estar disposto a continuar encarando essas “missão” para poder contribuir com o país, tanto que acabou comparando a presidência a um casamento que pode durar “quatro ou oito anos, ou quem sabe mais tempo lá na frente”.
Veja o discurso de Bolsonaro, que foi transmitido na internet pela deputada Bia Kicis (PSL-DF):
Educação
As “cascas de banana” entraram no discurso de mais de meia hora do presidente logo depois que ele reforçou o objetivo de alterar a metodologia de ensino que vem sendo adotada no Brasil. “Temos que tirar da cabeça das pessoas isso que foi colocado lá atrás pelo ídolo da esquerda, Paulo Freire. Colocar coisa boa dentro da cabeça das pessoas para resgatá-la para nós”, defendeu Bolsonaro.
A ideia é semelhante ao plano que Roberto Alvim tinha para a cultura: transformar a arte brasileira, para que ela passasse a ser “heroica, nacional e imperativa”. O secretário de Cultura que foi demitido após citações nazistas como essa, porém, disse que não sabia que uma frase similar a essa já havia sido usada pelo ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels. Ele alegou que o trecho – “uma casca de banana” – foi apresentado por sua equipe após uma pesquisa na internet. “Houve uma coincidência retórica e infeliz de ter caído na minha mesa, de eu não saber qual era a fonte e ter reescrito”, alegou Alvim, antes de ser demitido, nessa sexta-feira.
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