A bancada do MDB no Senado se reúne nesta terça-feira (29), às 15h, em busca de um nome para a presidência da Casa. O único consenso é que o partido terá candidato próprio. Os dois postulantes ao cargo – a atual líder, Simone Tebet (MDB-MS), e Renan Calheiros (MDB-AL), que já presidiu o Senado quatro vezes – apostam em estratégias opostas para ganhar a preferência dos colegas.
Enquanto Simone faz campanha aberta desde a semana passada, Renan nega publicamente o desejo de comandar a Casa pela quinta vez, mas trabalha nos bastidores. Ao passo que a líder emedebista admite, em conversas com aliados, concorrer mesmo que não seja indicada pelo partido, o senador alagoano diz que só sairá candidato se tiver maioria dos votos na bancada.
A senadora já tem alguns eleitores declarados no MDB, como Jarbas Vasconcellos (PE), Dario Berger (SC) e o novato Márcio Bittar (AC). “Eu fui ao Renan e disse: não tenho nenhum preconceito a você, não vou entrar nessa campanha de ‘fora, Renan’, isso é uma bobagem. Mas não posso negar que fiz a minha escolha”, afirmou Bittar ao Congresso em Foco. Aliados de Simone estimam que ela tenha ao menos sete dos 12 votos possíveis no MDB.
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Fora da bancada
Para viabilizar sua candidatura, a senadora também conta com a simpatia demonstrada por parlamentares de outros partidos e acenos de adversários na corrida à presidência da Casa. Os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Major Olimpio (PSL-SP) admitem, reservadamente, abrir mão de suas candidaturas caso a líder emedebista vença a disputa interna com Renan.
O nome dela também é avaliado pelo bloco formado por PSB, PDT, Rede e PPS. O grupo, que reúne 14 senadores, promete não ser “nem situação automática nem oposição sistemática” ao governo Jair Bolsonaro e discute a possibilidade de lançar um nome próprio à presidência do Senado.
O senador alagoano tem a preferência do PT, mas enfrenta resistência do Palácio do Planalto, que não o considera confiável pelo seu histórico de criar dificuldades para vencer facilidades. Renan apoiou a candidatura de Fernando Haddad (PT) contra Bolsonaro em 2018, mas nas últimas semanas fez acenos ao novo governo. Destacou a proximidade que diz ter com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e defendeu o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), cujas movimentações financeiras são alvo de investigação, criticando os “excessos” do Ministério Público.
Sinais trocados
Renan tem dados sinais confusos nas redes sociais. Na última quinta (24) publicou, em seu Twitter oficial, que ele mesmo era “um eleitor de Tebet”. No dia seguinte, porém, questionou uma declaração da líder da bancada de que a “cúpula do MDB” estaria do lado dela. Na ocasião, Renan afirmou que os ex-ministros Moreira Franco, João Henrique e Eliseu Padilha, além do atual presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), não a apoiam. “Deve ser o apoio do Eduardo Cunha”, ironizou o senador, em alusão ao ex-presidente da Câmara, preso há mais de dois anos.
Questionado pelo Congresso em Foco sobre sua candidatura, Renan foi evasivo e cutucou a colega: “Fale com a líder [Simone Tebet]. Eu já coloquei isso várias vezes: eu só sou candidato indicado pela bancada. Não há esse outro cenário [lançar candidatura junto com a dela]. Pergunta para ela em que condições ela é candidata”.
Interlocutores da senadora afirmam que, caso seja derrotada na votação da bancada, Simone poderá disputar como candidata avulsa e atribuir a decisão ao apelo de parlamentares de outros partidos pelo seu nome.
A líder emedebista evita fazer esse tipo de projeção e minimiza o resultado da reunião desta terça. Segundo ela, o partido só deve tomar alguma decisão na véspera da eleição. “Agora [nesta terça] é mais uma discussão para a gente ver o termômetro, o sentimento da maioria da bancada, para ver se cabe ou não uma unidade do partido”, declarou. “É óbvio que é [intenção da sigla chegar a um consenso]. A unidade é tudo que um partido prega”, acrescenta.
Embora tenha caído de 18 para 12 senadores, o MDB mantém o posto de maior bancada no Senado. O partido dá como certa a filiação do senador Eduardo Gomes, eleito pelo Solidariedade do Tocantins. Caso se filie a tempo, Eduardo poderá participar da votação da bancada para a escolha do candidato à presidência. Simone conta com o voto dele.
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Biografia com dinheiro público
Como mostrou o Congresso em Foco, Renan usou a gráfica do Senado para imprimir um livro com 489 páginas em que defende sua biografia e apresenta “reflexões que a grande mídia não vê ou prefere não ver”. Foram impressos, na primeira leva, 2 mil exemplares. A publicação foi distribuída nos gabinetes dos senadores e deputados e a parlamentares eleitos que serão empossados nesta sexta.
Alvo de 13 investigações no Supremo Tribunal Federal, a maioria da Lava Jato, o ex-presidente do Senado também dá conselho aos colegas que estão chegando e aos veteranos que não têm intimidade com o mundo digital para que não caiam em “ciladas”. “O grande desafio é entender esse poderoso e instigante instrumental (redes sociais), evitar suas armadilhas, neutralizar suas ciladas, intrigas, mentiras e colocar todo o seu imenso potencial positivo de conhecimento e opinião a serviço da democracia brasileira, do fortalecimento das instituições e do equilíbrio entre os Poderes”.
Além de Renan, Simone, Tasso e Major Olimpio, também se movimentam como aspirantes à presidência do Senado os senadores Davi Alcolumbre (DEM-AP), apoiado pelo chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, Reguffe (sem partido-DF), Espiridião Amin (PP-SC) e Alvaro Dias (Podemos-PR).
Lamentável Alagoas ter reeleito esse canalha. É um estado que segue os passos do maranhão com a quadrilha sarney. Estão fadados ao atraso!
Dois LIXOS!!!!!
Muito bem… Como não há o que fazer, o jeito é ficar fazendo campanha…
Maldita Corja Política…