O presidente Jair Bolsonaro e os seus três filhos que ocupam cargos políticos – o vereador Carlos, o deputado Eduardo e o senador Flávio Bolsonaro – já empregaram 102 pessoas com algum parentesco ou relação entre si em seus gabinetes. O grupo representa um terço do total de funcionários parlamentares da família, mas recebeu 62% dos recursos destinados a esse pessoal: um total de R$ 65,2 milhões, segundo levantamento realizado pela revista Época e pelo jornal O Globo.
> Família Bolsonaro empregou 22 parentes em seus gabinetes desde 1991, aponta O Globo
De acordo com o levantamento, divulgado nesta sexta-feira (9), a família Bolsonaro nomeou 286 pessoas em seus gabinetes ao longo dos últimos 28 anos. Esse pessoal recebeu R$ 105,1 milhões em salários de acordo com as folhas salariais das diferentes casas legislativas em que a família do presidente esteve presente. Desse total, contudo, 62% foram para 102 pessoas de 32 famílias que têm ligação a Bolsonaro e seus filhos.
Só a própria família Bolsonaro recebeu R$ 21,1 milhões. Entre os assessores que eram parentes do presidente, estão familiares das suas duas primeiras mulheres, por exemplo. Já a família Queiroz – além do Fabrício Queiroz, o ex-chefe de segurança de Flávio que é investigado por movimentações financeiras suspeitas, outros sete integrantes da família foram empregados pelos Bolsonaro – recebeu outros R$ 4,4 milhões.
O atual ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge Antonio de Oliveira Francisco, também empregou parentes nos gabinetes de Bolsonaro. Ele, seu pai, sua mãe e sua tia receberam R$ 5,6 milhões de remuneração. O valor é semelhante ao que foi pago à família Góes: R$ 5,5 milhões. É que o sargento Edir Góes e mais quatro pessoas de sua família são assessores de Carlos Bolsonaro na Câmara Municipal do Rio de Janeiro desde 2001.
Ainda segundo a Época, o Palácio do Planalto foi procurado, mas disse que não comentaria as informações da reportagem divulgada nesta sexta. Carlos e Eduardo Bolsonaro também não responderam aos questionamentos da revista. Já o senador Flávio Bolsonaro disse, por meio de nota enviada por seu advogado, que “tudo ocorreu dentro da lei. Todas as pessoas nomeadas no período eram qualificadas para as funções que exerciam”. O senador concluiu que “os números apresentados não significam nada, fazem parte de um esforço para difamar e caluniar a família Bolsonaro”.
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