Renata Camargo
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou nesta terça-feira (7) a indicação do nome de Alexandre Tombini à presidência do Banco Central no governo da presidente eleita, Dilma Rousseff. O diretor de Normas do BC foi sabatinado na manhã de hoje. A indicação foi aprovada em votação secreta por 22 votos a favor e apenas um contrário.
A indicação do gaúcho, de 47 anos, ao comando do Banco Central significa a continuidade da política econômica do atual presidente Henrique Meirelles. O nome de Tombini ainda precisa ser referendado pelo plenário do Senado, o que deve ocorrer ainda hoje.
Na sabatina, Tombini afirmou que o BC terá “autonomia operacional plena” para definir a taxa básica de juros e perseguir as metas de inflação. O diretor de Normas considerou essa uma condição para assegurar o poder de compra do real. “A presidente eleita conferiu autonomia operacional plena ao Banco Central para perseguir o objetivo definido pelo governo, por meio do Conselho Monetário Nacional, de meta de inflação medida pelo IPCA de 4,5% para os próximos dois anos”, afirmou.
Para Tombini, a condução da política econômica brasileira nos próximos anos se dará com “um quadro externo volátil”, para o qual o Banco Central permanecerá atento. Segundo o indicado ao BC, “a recuperação das economias avançadas está se revelando mais lenta do que o previsto” e “existe ainda muita incerteza sobre como vai evoluir a percepção de sustentabilidade de suas dívidas”.
Alexandre Tombini considerou ainda como “falso” o dilema que contrapõe o crescimento econômico à estabilidade de preços. “A própria experiência da economia brasileira nos últimos anos ajuda a refutar esse dilema”, disse. O atual diretor de Normas do BC argumentou que, nos últimos anos, a inflação permaneceu em um patamar baixo e o crescimento médio da economia brasileira foi mais alto do que o esperado.
Na avaliação de Tombini, o regime de câmbio flutuante no Brasil tem sido bem-sucedido. O diretor, no entanto, considerou que poderá ser necessário utilizar instrumentos extraordinários em “situações excepcionais”. “O nosso regime de câmbio flutuante tem cumprido bem o seu papel de absorver choques externos. Porém, em situações excepcionais, são mais do que justificáveis os usos de instrumentos macroprudenciais”, disse.
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