O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), convocou uma audiência para a próxima quarta-feira (28) para discutir a destinação dos R$ 2,5 bilhões do fundo da Petrobras. A ideia é analisar a proposta do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de empregar parte dessa verba no combate às queimadas na Amazônia.
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Em despacho protocolado nesta segunda-feira (27), Moraes chamou representantes da presidência da Câmara dos Deputados, da Secretaria-Geral da Presidência da República, da Procuradoria-Geral da República, da Advocacia-Geral da União, do Ministério da Economia e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para a audiência, que vai acontecer no seu gabinete no STF.
Antes disso, Moraes já havia dado um prazo de 48 horas para os órgãos se manifestarem sobre o pedido de Maia. Até agora, contudo, apenas a Procuradoria-Geral da República divulgou seu entendimento sobre o assunto. Em manifestação enviada ao STF nesta segunda, Raquel Dodge apoiou a proposta de Maia de transferir recursos do fundo da Petrobras para a Amazônia, mas também pediu que o governo federal crie um comitê para elaborar um plano sustentável de proteção da floresta amazônica que indique quais medidas devem ser executadas com essa verba.
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Criado com os recursos da Petrobras que foram recuperados pela Operação Lava-Jato, o fundo da Petrobras deve apoiar iniciativas de interesse público e inicialmente foi direcionado ao combate à corrupção. Porém, hoje está parado por conta de uma liminar do ministro Alexandre de Moraes. Por isso, o governo já vinha discutindo a possibilidade de direcionar parte dessa verba para outras áreas, como a educação. Na semana passada, diante da crise criada pelo avanço dos desmatamentos, Rodrigo Maia solicitou ao STF, portanto, que a Amazônia também fosse contemplada pelo fundo.
A ideia do presidente da Câmara é usar R$ 800 milhões no combate aos incêndios florestais através de medidas do Ministério do Meio Ambiente e dos governos dos estados atingidos pelas queimadas e mais R$ 200 milhões para descontingenciar o orçamento em relação a programas de proteção ao meio ambiente no âmbito do Ministério do Meio Ambiente. O restante – R$ 1,5 bilhão – seria destinado à educação, como já foi ventilado pelo presidente Jair Bolsonaro. Porém, precisa do aval so STF para ser executada.
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