O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, que defende pelo menos 18 congressistas na mira da Operação Lava Jato, não vê no horizonte a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) rever a decisão sobre a prisão após condenação em segunda instância. Nem mesmo com a posse do ministro Dias Toffoli na presidência da corte, em setembro, isso será possível, opina Antônio Carlos.
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Conhecido no meio político como Kakay, o advogado diz que a maioria dos ministros quer reverter a decisão, mas a atual presidente do STF, a ministra Cármen Lúcia, não vai pautar a matéria enquanto estiver à frente do Supremo. “Ela [Cármen Lúcia] ficou refém de uma frase dela, que não iria apequenar o Supremo”, afirmou o advogado. Ele se refere à ocasião em que, no começo do ano, a ministra disse que rever a prisão em segundo grau devido ao caso do ex-presidente Lula, às voltas com sua primeira condenação, seria “apequenar” a corte.
Com a ascensão de Dias Toffoli à Presidência do STF, aliados do ex-presidente esperam que ele paute o assunto, já que dá sinais de que pode acompanhar o entendimento de ministros como Gilmar Mendes contra a prisão em segunda instância. No passado, o ministro já atuou como advogado do PT.
Kakay avalia, porém, que ele não deve ceder à pressão, pelo menos em um primeiro momento, para não comprometer sua legitimidade como comandante do STF, função que deve exercer por dois anos. “Enquanto isso, milhares de ‘Silva’ que não são o Luiz Inácio Lula da Silva são presos mesmo sem o trânsito em julgado”, disse.
O advogado citou reportagem do jornal Folha de S.Paulo sobre o fato de que 13 mil pessoas já foram detidas, apenas em São Paulo, em razão do novo entendimento majoritário no STF a respeito das regras de execução penal. Ensejada em novembro de 2016, a nova interpretação sobre presunção de inocência foi confirmada em 5 de abril passado, com voto decisivo e, em certa medida, surpreendente da ministra Rosa Weber. Naquela ocasião, ministros travaram uma longa jornada de discussões para avalizar a prisão em segunda instância e, consequentemente, manter Lula preso.
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PowerPoint
Advogado de figuras como o senador Romero Jucá (MDB-RR) e o ex-presidente da República José Sarney (MDB), Kakay é crítico contumaz da Lava Jato e de seus instrumentos, como a condução coercitiva. No final de uma apresentação que fez no Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral nesta quarta-feira (13), no estilo “Ted Talk” (acrônimo de tecnologia, entretenimento e design), ele pediu para colocar em tela uma projeção (imagem abaixo) inspirada no famoso PowerPoint criado pelo procurador Deltan Dallagnol, em 4 de setembro de 2016, para tentar demonstrar a condição de Lula como chefe de organização criminosa.
“É uma homenagem ao Deusdanhol”, gracejou.
O Congresso em Foco acompanhou a performance de Kakay. No centro da projeção apareceu o termo “Lava Jato”, que é ligado a balões com referências irônicas aos “heróis da República”, à “criminalização da política” e à “doação oficial = lavagem”. Na apresentação de Dallagnol, Lula aparecia como o personagem central do bilionário esquema de corrupção que saqueou a Petrobras por décadas e, a partir de 2013, começou a ser desarticulado pela Polícia Federal.
O PowerPoint de Kakay:
<< Lula depõe a Moro por quase cinco horas: “Estou sendo julgado por um PowerPoint mentiroso”
<< “Querem me tirar do jogo político de 2018. Senão o golpe não fecha!”, diz Lula em pronunciamento
ADVOGADO SEM MORAL E DEMAGOGO, FAZ FORTUNA DEFENDENDO CRIMINOSOS, BANDIDOS, CORRUPTOS, LESA PÁTRIA E LADRÕES, IMORAL……
Vou dizer uma coisa : a Lava Jato está se prolongando por tempo demais e com resultado de menos . Estou satisfeito com a prisão do Lula ( ele merece morrer na prisão ) mas tem outros investigados que nem chegam a ser julgados. Ta´na hora de mostrar mais resultados.
O mais abjeto desses criminalistas milionários é a hipocrisia com que dizem defender interesses sociais. Obviamente é uma máscara. Fica muito feio dizer que o real interesse é a manutenção do status quo corrupto, é a impunidade de delinquentes poderosos e ricos, então eles sempre dizem que o que pedem é de benefício dos mais pobres. Ora, se estivessem realmente preocupados com isso, por que não organizam um mutirão carcerário para atender aos milhares de anônimos presos sem advogado? Estrutura financeira para isso eles têm. Que eles defendam um pobre que seja, mas não o fazem!
Segunda coisa: prender após a segunda instância é a coisa mais normal no mundo todo, inclusive em democracias muito mais avançadas que a nossa. Bizarro é a prisão com trânsito em julgado, ou seja, nunca. Esses 13 mil que Kakay mencionou foram presos após serem julgados em duas instâncias com análise aprofundada de provas. O que mais se deseja para prender? Qual o problema? Ele obviamente quer é que não se prenda ninguém, era bem mais lucrativo quando os processos prescreviam sem que seus clientes tivessem sido detidos.