Puxado por altas de alimentos e gasolina, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto registrou alta de 0,24%, a maior alta para o mês em quatro anos. Desde janeiro, a alta no IPCA é de 0,7% e, em 12 meses, chega a 2,44%. Os dados foram apresentados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
> Ipea prevê crescimento do PIB de até 4,7% em 2021
O combustível teve aumento médio nos preços de 3,22%, o que também influenciou no aumento de custos com transportes, que teve alta de 0,82%.
Entre os alimentos, os itens que tiveram maior aumento de preço foram tomate (12,98%), o óleo de soja (9,48%), o leite longa vida (4,84%), as frutas (3,37%) e carnes (3,33%). O arroz acumulou alta de 3,08% no mês, mas chega a 19,25% de aumento desde o início do ano. Já o feijão preto, segundo o IBGE, acumula alta de até 30% em algumas regiões.
Ainda segundo o IBGE, cinco das 16 regiões pesquisadas apresentaram deflação de preços: Aracaju (-0,3%), Fortaleza (-0,23%), Rio de Janeiro (-0,13%), Belém (0,04%) e Vitória (0,03). Entre as regiões com as maiores taxas de aumento, estão Campo Grande (1,04%), Goiânia (0,66%), Brasília (0,58%) e Rio Branco (0.54%).
Leia também
Preços aumentam na construção civil
PublicidadeO IBGE também divulgou dados do Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), que calcula preços do setor e é referencial na formação de preços do setor. O índice em agosto chegou ao maior patamar no ano, 0,88%, um aumento de 0,39 ponto percentual em relação ao mês anterior.
Augusto Oliveira, que gerencia a pesquisa, aponta este é o maior valor do Sinapi para o mês de agosto desde 2013, quando houve a desoneração. No oito primeiros meses do ano, o Sinapi registrou alta de 2,86%. No ano, a alta chega a 3,78%.
Contribuíram para o Sinapi as altas de insumos como condutores elétricos, blocos de cerâmica e cimento, que registraram aumento de preços no período. O custo de mão de obra também aumentou, chegando a R$ 1.191,84 por metro quadrado. Desde valor, R$ 629,52 são relativos aos materiais e R$ 562,32 são pela mão de obra.
Produção industrial
O IBGE também apontou que a produção industrial no país voltou a crescer em julho em 12 das 15 regiões pesquisadas. A produção industrial nacional cresceu 8% no mês, segundo a Pesquisa Industrial Mensal Regional.
Os maiores aumentos da produção industrial foram nos estados do Ceará (34,5%) e no Espírito Santo (28,3%). O estado de São Paulo, com o maior parque industrial do país, aumentou sua produção em 8,6% no período – terceiro mês de aumento seguido.
Apesar do resultado positivo, a média nos últimos 12 meses aponta queda em oito dos 15 lugares pesquisados pelo IBGE. São Paulo acumula queda de 3,3% na produção, enquanto Espírito Santo (-13,4%) , Paraná (-9,1%), Pará (-7,5%), Rio Grande do Sul (-7,5%), Bahia (-5,7%), Santa Catarina (-4,9%) e Mato Grosso (-4,4%) também registraram quedas.
>PIB recua 9,7% no segundo trimestre e país entra em recessão, aponta IBGE
Deixe um comentário