Puxado pela crise política, o dólar comercial subiu e chegou a bater, nesta manhã, pela primeira vez desde 1º de outubro de 2018, na casa dos R$ 4,00. Na abertura da sessão, a cotação chegou a R$ 4,0156. Às 9h45, estava em R$ 3,9648, alta de 0,25%. A moeda norte-americana fechou ontem em R$ 3,9548, o maior valor também desde 1º de outubro, quando atingiu R$ 4,0174. Na época, vivia-se a incerteza do cenário eleitoral.
O aumento na cotação está associado à queda de braço entre os presidentes da República, Jair Bolsonaro, e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e às dificuldades cada vez maiores enfrentadas pelo governo para aprovar a reforma da Previdência no Congresso. Principal aposta do mercado para a aprovação da reforma, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu ontem que pode deixar o cargo se os parlamentares não quiserem votar a proposta. “Se ninguém quiser o serviço, vai ser um prazer ter tentado, mas não tenho apego ao cargo, desejo de ficar a qualquer custo”, afirmou.
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Já à noite o clima ficou ainda mais quente com a troca de farpas entre Maia e Bolsonaro. O deputado disse que era preciso dar um basta às discussões e pediu ao presidente que parasse de “brincar” que estava governando. Bolsonaro classificou a declaração como uma “irresponsabilidade”.
Com a alta do dólar registrada ontem, o Banco Central convocou para esta um leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) no valor de US$ 1 bilhão. É a primeira vez que o BC lança mão desse expediente sob a gestão do economista Roberto Campos Neto.
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