O presidente eleito Jair Bolsonaro e seus principais assessores almoçam nesta quarta-feira (14), em Brasília, com os governadores que tomarão posse em janeiro. Segundo a assessoria do governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), 19 chefes de governos estaduais participam das reuniões.
Ibaneis e os governadores eleitos de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), foram os responsáveis pela iniciativa. Estamos unidos para apoiar a agenda em prol do desenvolvimento do Brasil”, afirmou Doria em sua conta pessoal no Twitter.
A unidade dos governadores parece, porém, ser menos ampla do que sugere João Doria. “Nasceu errado porque essa iniciativa deveria ser do presidente eleito”, disse ao Congresso em Foco o governador eleito do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB). De qualquer maneira, ele se mostra disposto a colaborar. “Vamos verificar como será essa conversa e claro que não podemos nos furtar a trazer nossas reivindicações e também a ajudar naquilo que for bom para o país”, completou Casagrande.
De acordo com João Doria, o principal objetivo da articulação dos governadores é aprovar um novo pacto federativo, que redefiniria as obrigações de União, estados e municípios, além da distribuição de tributos e dos recursos necessários para que cada ente da federação possa cumprir sua missão. “A pauta principal é o pacto federativo”, ressaltou ele, segundo a Agência Brasil. Essa redefinição, defendida há vários anos, é considerada crucial neste momento em que 14 estados comprometem com gastos de pessoal mais do que os 60% da receita corrente líquida determinados pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Também fazem parte da agenda temas como reestruturação da Previdência dos estados, segurança pública, infraestrutura e o debate sobre maneiras de garantir a governabilidade do governo Bolsonaro.
Retomada do crescimento
PublicidadePela manhã, os governadores se reuniram com os futuros ministros Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil), no Centro Cultural do Banco do Brasil. Depois, eles se dirigiram ao Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), onde estão almoçando com Bolsonaro.
Eleito por um partido que fará oposição ao novo governo federal, Renato Casagrande aponta várias áreas em que considera possível uma integração com bons resultados tanto para os estados quanto para a União. “Como o presidente Bolsonaro defende que haja menos Brasília e mais Brasil, ele pode transferir aos estados as companhias de docas, descentralizando as atividades portuárias e permitindo que elas tenham uma gestão mais próxima da realidade estadual”, sugeriu.
Na sua opinião, também é possível repactuar programas e ações de saúde e de segurança pública, dois campos em que os governos estaduais têm sido absolutamente incapazes de atender às demandas da população. “O governo federal sequer unificou ainda os dados de segurança dos estados e pode fazer muito para integrar as políticas de prevenção e combate à criminalidade e para enfrentar o problema carcerário. No Espírito Santo, por exemplo, temos 22,4 mil presos em um sistema com capacidade para 13,8 mil presidiários. O sistema carcerário do nosso estado está prestes a explodir”, acrescentou.
Casagrande, que governará o seu estado pela segunda vez (a primeira gestão foi entre 2011 e 2014), não tem grandes expectativas em relação à redução das desigualdades sociais no país, dado o perfil conservador de Bolsonaro e de sua equipe. Mas vê sinais positivos quanto à retomada do crescimento: “Se ele aprovar a reforma da Previdência, que realmente precisa avançar, e conseguir manter as despesas sob controle, vejo boas condições para o país voltar a crescer”.
Lista dos governadores presentes
Segundo a assessoria do governador eleito Ibaneis Rocha, participam do encontro o vice-governador reeleito da Bahia, João Leão, e os seguintes governadores:
Antônio Denarium (RR) | Ratinho Júnior (PR) |
Comandante Moisés (SC) | Reinaldo Azambuja (MS) |
Coronel Marcos Rocha (RO) | Renato Casagrande (ES) |
Eduardo Leite (RS) | Romeu Zema (MG) |
Gladson Cameli (AC) | Ronaldo Caiado (GO) |
Helder Barbalho (PA) | Waldez Góes (AP) |
Ibaneis Rocha (DF) | Wellington Dias (PI) |
João Doria (SP) | Wilson Lima (AM) |
Mauro Carlesse (TO) | Wilson Witzel (RJ) |
Mauro Mendonça (MT) |
Coisa boa para o trabalhador não vem desse governo eleito. Parece que a intenção é tirar tudo que o trabalhador conseguiu de bom. Quem quer acabar com o Ministério do Trabalho, não precisa dizer mais nada.