As imagens e os vídeos que ilustram esta reportagem foram captados de inúmeros pontos do globo terrestre. Elas dão uma ideia do que foi o protesto “Mulheres unidas contra Bolsonaro”, simbolizado em hashtags como #elenão, #elenunca e #ÉPelaVidaDasMulheres – esta, na condição de assunto mais comentado do Twitter mundial desde o início da tarde deste sábado (29) – e levado às ruas em cerca de 40 cidades do Brasil. E tantas outras mundo afora em corrente contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).
As manifestações, de caráter suprapartidário, colocaram em sintonia partidos como PT, PDT, Psol e PSTU. E também a Rede de Marina Silva. A própria candidata, aliás, chegou por volta das 16h ao Largo do Batata, em São Paulo, e por lá ficou por menos de uma hora. Antes de sair, porém, contrariou o discurso de Bolsonaro sobre a segurança das urnas eletrônicas.
“Parece o discurso de quem está amarelando diante da crítica da opinião pública. No Norte, quando alguém se porta desse jeito, quando pega a bola e tenta encerrar o jogo com a bola na mão, a gente chama isso de amarelar”, ironizou Marina, segundo reportagem do jornal O Globo.
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Com alta hospitalar concedida hoje (sábado, 29), depois de 22 dias internado, Bolsonaro teria esbarrado em uma multidão de dezenas de milhares de pessoas caso optasse por passar, no caminho para casa, pela Cinelândia, centro histórico do Rio de Janeiro – para onde o deputado foi depois de deixar o hospital Albert Einstein, em São Paulo. Uma recepção tão “calorosa” quanto adversa ao candidato.
De Sônia Braga a Madonna: mulheres repudiam Bolsonaro no Brasil e no exterior
Os protestos tiveram como palco dezenas de cidades em 26 estados brasileiros e do DF. No exterior, metrópoles como Barcelona (Espanha), Berlim (Alemanha), Lisboa (Portugal), Milão (Itália), Cidade do Cabo (África do Sul), Nova York (EUA) e Viena (Aústria) também tiveram ruas e praças retiradas da rotina de fim de semana.
Causam impacto as imagens da Avenida Faria Lima, um dos núcleos nervosos de São Paulo, e o Largo do Batata (vídeo abaixo) totalmente tomados por eleitores contrários a Bolsonaro.
Veja no vídeo:
No Rio de Janeiro, o impacto é garantido pela imagem da candelária tomada pela multidão. No vídeo abaixo, ouve-se com clareza o coro feminino ecoar contra o ex-capitão do Exército.
Veja e ouça:
Tanto no Rio quanto em São Paulo pode-se tentar calcular quantas dezenas ou centenas de milhares de pessoas participaram dos protestos. Em Brasília, durante a tarde, segundo cálculos da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), eram cerca de sete mil os indivíduos aglomerados nos arredores da Torre de TV, um dos mais famosos cartões postais brasilienses.
A reportagem do Congresso em Foco lá esteve, e recebeu a informação de que cerca de 30 mil pessoas participaram do grito feminino – mas também masculino, minoritariamente – contra Bolsonaro. Tenha uma ideia e tire suas conclusões no vídeo abaixo.
Tanta gente nas ruas em repúdio a Bolsonaro são a tradução quase literal do que têm dito institutos de pesquisa. Líder nas pesquisas de intenção de voto, mas cada vez mais ameaçado por Fernando Haddad (PT), Bolsonaro é o campeão em rejeição popular, segundo as mesmas pesquisas que lhe dão a liderança na votação de primeiro turno – com alguma tensão quando a disputa é com Marina Silva, o ex-capitão do Exército perde para todos os quatro candidatos com mais intenções de voto declaradas.
Ciro Gomes (PDT) é o que vence Bolsonaro com mais percentual de vantagem nas simulações de segundo turno. Geraldo Alckmin (PSDB) tem perdido força neste cenário, mas ainda vence o deputado.
Diversidade
Cartazes, balões, camisas, batuques, cantorias e paródias, bandeiras LGBT+, carros de som, grupos os mais diversos e o onipresente grito de guerra “ele não” deram o tom nas cidades, não importa o idioma ou o sotaque. E caricaturas, muitas caricaturas de Bolsonaro.
Em uma das mais criativas, o rosto do parlamentar foi resumido em poucas linhas com o “ele não” fazendo as vezes de olhos, nariz e boca. O acento fonético til serviu como o bigode que o candidato não tem, em uma alusão ao nazista alemão Adolf Hitler.
Veja algumas das inúmeras imagens que correram o Brasil e o mundo neste sábado:
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