Uma pesquisa realizada pelo site Comunique-se, especializado em informações sobre jornalismo, em parceria com o Instituto Ipespe e a Kamplie Comunicação, revela que 64% dos jornalistas entrevistados são a favor do impeachment do presidente Jair Bolsonaro. A pesquisa ouviu 117 jornalistas, entre os dias 31 de agosto e 15 de setembro. Um percentual de 97% dos entrevistados vive e trabalha no Brasil e 3% no exterior. A maior parte dos jornalistas ouvidos (57%) ocupa o cargo de editor. A grande maioria (70%) atua em sites e outros veículos na internet.
Perguntados especificamente sobre o impeachment, 64% responderam ser favoráveis ao afastamento de Bolsonaro, 29% declararam ser contrários e 7% disseram não ter opinião formada.
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Sobre o desempenho do atual governo, 76% dos jornalistas ouvidos disseram achá-lo ruim ou péssimo. O governo é bom ou ótimo na avaliação de 16%, regular para 6% e 2% não sabem ou não responderam.
Relação com os jornalistas
Para 83%, a postura do presidente Bolsonaro na sua relação com a imprensa é negativa. Na opinião de 10% é positiva, neutra para 3% e 4% não sabem ou não responderam.
PublicidadeSobre a própria cobertura da imprensa para o governo, 50% a acham boa ou ótima. Para 30%, ela é regular. Ruim ou péssima para 19%, e 1% não sabe ou não respondeu.
CPI da Covid
Há um quase empate de opiniões entre os jornalistas sobre o desfecho da CPI da Covid. Para 48%, ela terminará sem conclusão, enquanto 44% acham que ela apontará responsáveis e que haverá continuidade no âmbito do Judiciário. Não têm opinião formada 9%. Mas 55% crêem que, ao final da CPI, Bolsonaro não será responsabilizado, contra 34% que acreditam na sua imputação. Não têm opinião formada 11%.
Na maioria, os jornalistas não colocam muita fé na relação entre Bolsonaro e sua principal base de apoio parlamentar, o Centrão. Para 62%, o apoio do Centrão é instável e não durará até as próximas eleições.
Reformas
A pesquisa ainda perguntou aos jornalistas sobre as chances de aprovação das reformas e de mudanças no sistema de governo. A grande maioria não acredita nas chances de adoção do semipresidencialismo, sistema que tem sido algumas vezes defendido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Para 45%, há pouca chance de ser aprovado, e 34% acham que não há nenhuma chance. Somente 1% acha que há muita chance, e 9% consideram que há muita chance. Não têm opinião formada 11%.
A maioria também não acredita na aprovação da reforma administrativa. Assim pensam 62% dos entrevistados, contra 26% que acham que ela será aprovada e 12% que não têm opinião formada.
A maioria não acredita na mesma forma nas chances de aprovação da reforma tributária. Para 52%, ela não será aprovada, contra 38% que acreditam nela e 10% que não têm opinião formada.
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