Ninguém tem dúvidas sobre o sucesso da fórmula de entrega do Oscar, principal premiação do cinema mundial. Quem não conhece ou mesmo pronunciou ao menos uma vez a frase “and the Oscar goes to…“, que prenuncia a abertura dos envelopes com o nome dos agraciados pela academia, nas dezenas de categorias? A expressão virou sinônimo de suspense: enquanto a celebridade da vez se prepara para revelar o vencedor, numa ação orquestrada com câmeras de TV que correm o mundo, o nível de expectativa transborda – frisson que acomete, em graus diferentes, plateia, telespectadores e a trupe do cinema. Eis a novidade do Prêmio Congresso em Foco 2011, que chega à sua sexta edição mais dramático, como todo bom longa-metragem: os parlamentares escolhidos como os melhores representantes da população serão conhecidos só no dia da festa, a ser realizada logo mais, a partir das 20h, no Espaço Porto Vitória, casa de eventos em Brasília.
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Para o senador Paulo Paim (PT-RS), o prêmio é não só estimulante, ainda mais agora pelo caráter de surpresa, mas “grande” pela valorização das boas práticas no Parlamento. “Democracia é uma obra permanente, dinâmica e coletiva. Cada um de nós é responsável por colocar uma peça nessa construção, tanto os que votam quanto os que são eleitos. Ao falar desse pequeno, mas grande prêmio do Congresso em Foco, quero fazer uma homenagem à democracia e ao nosso Parlamento”, discursou o congressista gaúcho, no convite que fez em plenário, na última terça-feira (1º), para a premiação. Figura frequentemente mencionada nas edições anteriores, Paim é o recordista de indicações neste ano: finalista na categoria principal e em outras três (“Defesa da democracia e cidadania”, “Defesa do consumidor” e “Promoção da saúde”).
Até o último boletim divulgado pelo Congresso em Foco, o deputado Jean Wyllys (Psol – RJ) disputava cabeça a cabeça a liderança com o companheiro de partido, deputado Chico Alencar (RJ), entre os melhores parlamentares do ano. Ambos terão de esperar o anúncio dos vencedores, na cerimônia de premiação, para levar a “estatueta”. “Achei esta mudança positiva, pois é mais emocionante. Os parlamentares ficam na expectativa e acabam participando mais”, elogiou Jean, para quem a espera é “torturante”. “Estou bem ansioso”, revelou ele, diante da expectativa de terminar seu primeiro ano de mandato, deputado estreante que é, já escolhido o melhor de todos.
Mas o deputado diz estar preparado para qualquer que venha a ser o resultado. “Eu já me considero um vencedor por ter sido indicado no primeiro ano da minha primeira legislatura. Para mim, este é o prêmio mais qualificado a que estou concorrendo, por ser de um veículo sério e crítico em relação ao nosso trabalho. É uma referência para todos do mundo político”, afirmou.
Jean diz não ter feito campanha direta para angariar votos na segunda fase do prêmio (na internet), mas conta que recebeu muito apoio de simpatizantes nas redes sociais. “Eu não sei pedir voto, então deixei que os outros pedissem por mim. Fiquei surpreso, mas muito contente, com todas as manifestações que recebi na internet e também de colegas. E até mesmo de outros deputados aqui da Casa”, destacou.
Finalíssima
“Ameaça” à possível vitória de Jean, o correligionário de partido Chico Alencar recorre a uma metáfora futebolística para expressar como se sente, pela primeira vez nas seis edições do prêmio, sem saber o resultado antes do dia da celebração – ele que já venceu na edição do ano passado, e é também finalista na categoria “Defesa da democracia e da cidadania”.
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“Isso [o sigilo sobre o resultado] cria uma expectativa, uma emoção extra. A festa, que já é muito saborosa, alegre, descontraída, ganha um ingrediente de espontaneidade a mais”, declarou Chico, acrescentando que, com o formato antigo – resultados previamente conhecidos e amplamente divulgados –, os parlamentares na disputa não chegavam ao dia da premiação com “expectativas ilusórias”.
“Nós, que fomos pré-selecionados e estamos na disputa, entramos com muito mais expectativa quanto ao resultado final, e isso acaba por tornar tudo mais estimulante. É quase que como uma partida decisiva de futebol, em que a gente entra consciente de que fez uma boa partida, mas não sabe se vai ganhar”, descreveu o deputado, ressaltando a importância do modelo de escolha (na primeira fase, os finalistas são escolhidos pelos jornalistas que cobremo Congresso Nacional; na segunda fase, esses finalistas são submetidos à votação de todos pela internet).
Chico explicou de que forma interagiu sobre o prêmio na grande rede, por meio de seu boletim semanal e da página pessoal na internet. “Em nenhum momento eu disse ‘vote em mim’, mas sim para que escolhessem os melhores parlamentares. É claro que fiz menção ao fato de toda a bancada do Psol estar, mais uma vez, na disputa”, explicou, referindo-se aos colegas deputados Ivan Valente (SP) e Jean Wyllys (RJ) e ao senador Randolfe Rodrigues (AP). Para Chico, o prêmio reúne o que há de melhor no Parlamento.
“E, sinceramente, apenas um parlamentar melhor não existe. Isso pode surgir a partir de uma contabilidade numérica, mas há vários nomes que dignificam a atividade política. Eu não diria centenas, mas há dezenas de bons nomes”, acrescentou o deputado, excluindo da lista “gente que está ali [na Câmara] só para ter um emprego de deputado”.
Renda mínima, presença máxima
No Senado, de acordo com o último boletim de votação deste ano (confira), divulgado na tarde de 30 de setembro, a peleja estava apertada entre o líder Cristovam Buarque (PDT-DF), com 8.084 votos; Eduardo Suplicy (PT-SP), com 7.200 preferências; e Lindbergh Farias (PT-RJ), com 6.468 (confira a relação completa). Depois da divulgação do último boletim, os internautas votaram até 9 de outubro sob suspense absoluto, uma vez que não havia mais dados disponíveis sobre a disputa.
Mencionado entre os finalistas em todas as edições do prêmio, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) falou à reportagem na última quinta-feira (3), em um plenário vazio com menos de dez senadores se revezando no uso da palavra ao cair da tarde. Naquele dia, Suplicy discursou sobre a desistência da colega e ex-mulher, Marta Suplicy (PT-SP), em oferecer seu nome ao partido para a corrida à Prefeitura de São Paulo.
Falou também sobre a Corrida de São Silvestre, manifestando contrariedade à alteração do percurso – ex-boxeador e corredor assíduo, Suplicy costuma participar da prova. Antes de seu pronunciamento, ele se preparava para falar sobre seu projeto de Renda Básica de Cidadania quando foi chamado à Mesa Diretora. Mas o assunto positivo do dia, ao menos para ele, era mesmo o Prêmio Congresso em Foco.
“Estou muito feliz e honrado por, novamente, ter sido escolhido entre os melhores parlamentares por jornalistas e, em um segundo momento, internautas. Ainda mais porque, desde a primeira das seis edições do prêmio, todo ano me escolhem. Isso significa que meu trabalho aqui no Congresso tem sido reconhecido”, declarou o parlamentar paulista.
A exemplo de Chico Alencar, Suplicy diz também não ter pedido votos em seus espaços virtuais. “Alguns amigos me disseram que recomendaram a outras pessoas que votassem em mim. Isso de fato aconteceu”, concluiu, antes de se dirigir para o púlpito do plenário para falar sobre a São Silvestre, entre outros assuntos.
Responsabilidade
Deputado na legislatura passada e finalista em 2010 (confira), o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) repete o feito do ano passado e ainda tem outra boa notícia: figura também entre os escolhidos no quesito “Defesa do consumidor”.
“Eu fico sempre muito honrado quando meu trabalho é reconhecido por pessoas que acompanham as atividades do Congresso. São pessoas qualificadas, jornalistas que entendem a atividade política, de forma que essa pré-seleção é muito importante para a votação dos internautas. E é também uma grande responsabilidade. Já estou absolutamente feliz por ter sido lembrado e escolhido entre os finalistas”, observou Rollemberg, em seu primeiro mandato como senador.
Rollemberg disse ter interagido parcimoniosamente com os eleitores do prêmio por meio da internet, sem precisar recorrer à campanha que alguns parlamentares fazem, com mobilização de correligionários. “Foi de forma moderada. Comuniquei minha escolha, orientei as pessoas como fazer para votar, falei sobre os procedimentos na minha página pessoal. Apenas para comunicar o processo”, garantiu.
“Concorrente” de Rollemberg na categoria principal, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse ao Congresso em Foco que a “surpresa” deste ano deixa as coisas mais interessantes. “Acho que é melhor assim, porque estimula ainda mais a participação popular. Nós sabemos que alguns parlamentares mobilizam as suas patotas próprias, mas isso faz parte do jogo, é democrático”, opinou o parlamentar goiano, ressaltando que a premiação goza de “muita credibilidade”, uma vez que tem início com a pré-seleção dos “melhores analistas políticos do país” e tem todos os procedimentos de votação auditados por entidades competentes.
“Só figurar entre os finalistas já é motivo de muito orgulho. Ganhar, então, deve ser uma experiência espetacular”, declarou Demóstenes, que também preferiu não se envolver no corpo-a-corpo com os eleitores virtuais. “Confesso que não. Fico arredio a isso. Prefiro observar, e que o eleitor vote tranquilamente”, acrescentou o senador, para quem é legítimo o pedido de voto por quem está na disputa.
Método
Em todas as edições do prêmio, deputados e senadores fazem elogios à combinação entre a primeira fase (“abalizada, uma peneira qualitativa muito boa”, como qualificou Chico Alencar), quando a coleta de votos é feita entre jornalistas especializados em política; e a segunda, quando essa pré-seleção, que resultou na definição de 11 senadores e 25 deputados, além das seis categorias desta edição, é submetida à livre escolha dos internautas (“democrática, da cidadania”, acrescentou o deputado).
A votação deste ano foi encerrada às 24h do dia 9 de outubro, e produziu uma lista com 71 parlamentares bem avaliados por jornalistas especializados e internautas (veja a relação final). Na verdade, pelo formato escolhido, todos os finalistas serão de alguma forma premiados. Todos serão homenageados no evento, com diplomas, placas e troféus aos vencedores das categorias.
Parceiros
O Prêmio Congresso em Foco 2011 conta com o patrocínio da Ambev e da Petrobras.
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Apoiam o prêmio a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (Anadef), a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), o Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), a Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg/BR), a Associação Nacional de Registradores de Pessoas Naturais (ArpenBrasil), a Federação Brasileira das Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite), e a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip).
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São parceiros do Prêmio Congresso em Foco o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal e a Agência Radioweb.
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Colaborou Mariana Haubert