É de notório saber que as pessoas LGBTI+ sofrem as mais diversas formas de discriminação, começando pela autodiscriminação e pela LGBTIfobia internalizada, depois no núcleo familiar, no ambiente educacional, nas religiões, nas empresas e na sociedade em geral.
Vivemos em uma sociedade permeada pelo patriarcado, pelo machismo, pelo racismo, pela LGBTIfobia, entre outros agravantes do estigma, do preconceito, da discriminação e da violência.
Esta situação, inclusive se reproduz dentro do ambiente educacional: pesquisa online de abrangência nacional realizado entre 2015 e 2016 com 1.016 estudantes LGBTI+ com idades variáveis entre 13 e 21 anos, divulgou que destes 73% foram agredidos/as verbalmente; 36% já sofreram agressões físicas; e 60% se sentiam inseguros/as na escola no último ano em razão de serem LGBTI+. 55% afirmaram ter ouvido comentários negativos especificamente a respeito de pessoas trans. Várias estudantes trans relataram o “inferno” que a escola era para elas em função do preconceito e da discriminação.
O que une a comunidade LGBTI+ é a violência e a discriminação que sofremos. No mais, somos todos/as diversos/as. Não é desqualificando uma luta que vamos qualificar a nossa. Precisamos estudar, pesquisar, escutar, sermos solidários com as lutas de todas as pessoas que são oprimidas pelo sistema. Nós temos que ser muito empáticos com outras lutas, das pessoas afro-brasileiras, das mulheres , das pessoas indígenas, das pessoas com deficiência, e na nossa comunidade LGBTI+ temos que ter compreensão que há sim identidades e expressões que sofrem mais discriminação, em especial as mais visíveis.
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Há sim um acúmulo de opressões dentro da interseccionalidade. Por exemplo, uma pessoa LGBTI+ negra pode sofrer mais discriminação que uma pessoa LGBTI+ branca. As lésbicas podem sofrer dupla discriminação serem mulheres e também lésbicas. As trans sofrem dupla discriminação por serem mulheres e por transgredir a cisnormatividade, muito mais que um gay.
Por isso eu digo e pratico, “existe LGBTIfobia para todo mundo trabalhar”, para criarmos um mundo, como disse Rosa de Luxemburgo, “onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres”.
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