Melhor programa eleitoral na estreia dos candidatos a prefeito do Rio, na sexta-feira, dia 9 de outubro, foi o da Martha Rocha (PDT), disparado. Tanto do ponto de vista estético quanto de conteúdo.
Pra quem não a conhecia (a maioria do eleitorado), a mensagem foi direta: suburbana, 61 anos, filha de imigrantes portugueses, Marta é um fruto da escola pública. Fez concurso público em 1983 pra escrivã de polícia, onde seguiu bonita carreira. Depois, virou deputada.
Não recorreu à velha fórmula de primeiro dia de horário eleitoral de apresentar a família – como fez Luiz Lima (PSL) – até porque a ex-delegada não formou uma. E antes que me critiquem pela observação, vou logo dizendo que não vejo demérito nisso. Pelo contrário. No Brasil, na maioria das vezes família de político só dá problema, como sabemos.
Até há alguns anos, Martha morava com a mãe idosa num AP classe média na Tijuca. A candidata tem um perfil interessante. Vai crescer. Podem apostar.
Eduardo Paes (DEM) resolveu se defender daquilo que sabe que será atacado: suspeitas de corrupção. “Uma pessoa não pode ser julgada pelo mal feito dos amigos e colegas de trabalho”. “As denúncias não param em pé”. Parecia o Fachel no Bom Dia Rio lendo uma nota oficial. “Ouvido, fulano nega as acusações”. Programa pra baixo. Nem parecia o velho Dudu da Portela. Acusou o golpe.
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Crivella (PRB) viu nas pesquisas qualitativas que o carioca tá insatisfeito com ele e resolveu dizer que ele tá mais insatisfeito ainda com ele mesmo. “Desistir, jamais”, é a sua frase. Com a rejeição que tem, só com muita oração a São Bolsonaro.
Benedita da Silva (PT), aos 78 anos, não envelhece, que danada. De vermelho, PT raiz, lembrou (a parte bonita) da sua longa trajetória de vida. A moça das libras do programa da petista, também de vermelho, só não chamou mais atenção do que a do candidato Luiz Lima (PSL), que curtiu e dançou animadíssima o sambinha do 17.
Além da família linda, o ex-atleta olímpico Luiz Lima é jovem, magro, bonito e sorri com uns dentes muito brancos. Tem 42 anos, nasceu em Campo Grande e nadou muito antes de parar secretário nacional de esportes, deputado federal e, recentemente, vice-líder do Bolsonaro na Câmara. Vice? Eu ouvi vice, campeão? Mais um pra disputar com Crivella o posto de amigo do rei, nessa eleição.
Com os poucos segundos que tem, Clarissa Garotinho (Pros) apelou pra uma velha frase de efeito de Albert Einstein. “Loucura é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. Podia pelo menos dar o crédito ao autor, não? O pai dela não é gênio mas é bom frasista : quem não lembra do “partido da boquinha” cunhado por ele para definir o apetite do PT por cargos em seu governo? Uma legítima Garotinho na eleição. Isso que eu chamo de ser diferente.
O vereador Paulo Messina (MDB) disse em seu programa que não tem marqueteiro. Nota-se. E a Glória? “Quem é Glória? De onde vem Glória? Para onde vai Glória? O que quer Glória?” – foram as perguntas que o programa da candidata do PSC fez ao eleitor, sem, no entanto, respondê-las. Fica a dica: Glória era juíza, largou a toga para virar política e era a candidata do ex-governador Wilson Witzel, o Breve, a prefeita da capital. 🤫
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